Suprema Corte da Rússia proíbe atividade de testemunhas de Jeová
O
ministério da Justiça russo havia apresentado uma ação no Supremo
Tribunal considerando as Testemunhas de Jeová “uma ameaça para os
direitos das pessoas, da ordem pública e da segurança pública”.
O juiz Yury Ivanenko afirmou na sentença que a organização “deverá entregar à Federação russa suas propriedades”.
Um
líder russo das Testemunhas de Jeová, Iaroslav Sivoulski, declarou
estar “chocado” com a decisão dos juízes e anunciou que a organização
religiosa vai apelar.
“Não
pensava que algo assim poderia acontecer na Rússia moderna, onde a
Constituição garante a liberdade de religião”, disse ele.
Atividades suspensas
Em março, o Ministério da Justiça já tinha suspendido as atividades
do grupo, acusado de armazenar e difundir literatura religiosa de
caráter extremista. Na ocasião, o Centro de Direção das Testemunhas de
Jeová na Rússia, que dirige todas as filiais regionais e locais da
comunidade religiosa, foi incluído na lista de organizações não
governamentais e religiosas que foram suspensas por extremismo.
O
porta-voz das Testemunhas de Jeová na Rússia, Ivan Belenko, denunciou
na época à agência Efe que a decisão das autoridades russas privaria do
direito à liberdade ao culto os 175 mil seguidores que dessa comunidade
no país.
“Todas
as decisões judiciais contra nós se baseiam em uma única acusação: que
alguns de nossos livros e discursos estão na lista de literatura
extremista que existe neste país”, explicou Belenko.
Belenko
afirmou que as decisões de incluir algumas publicações na lista negra
“foram tomadas com base em opiniões de falsos especialistas e sentenças
judiciais ditadas às costas dos crentes”, ainda segundo a Efe.
Disputas
O grupo religioso possui 395 centros em todo o país e já travou várias disputas com as autoridades russas nos últimos anos.
Em
janeiro, o líder da organização na cidade de Dzerzhinsk foi multado por
distribuir material considerado extremista pelas autoridades.
O
governo russo dissolveu em 2004 um ramo da organização, uma decisão que
a Corte Europeia de Direitos Humanos considerou em 2010 em violação aos
direitos da religião e associação.
G1

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