Atos lembram um ano de mortes em queda da ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro
Engenheiro Eduardo Marinho, de 54 anos, e o gari Ronaldo da Silva, de 60, não resistiram aos ferimentos

© Reuters / Ricardo Moraes
Um ato com amigos e familiares homenageou o engenheiro Eduardo
Marinho Albuquerque, 54 anos, um dos dois mortos após a queda de um
trecho da Ciclovia Tim Maia, entre São Conrado e Leblon, na orla da zona
sul do Rio de Janeiro, há exatamente um ano. A outra vítima foi o gari
comunitário Ronaldo Severino da Silva, 60 anos. As informações são da
Agência Brasil.
O médico Ricardo Sertan, 56 anos, amigo de infância de Eduardo, disse
que o ato na Praia de Copacabana na manhã desta sexta (21) era para
lembrar a vida do engenheiro que "se foi de uma maneira trágica e
absurda". "Era uma pessoa alegre, do bem, que sempre tinha uma palavra
de conforto. Não queríamos deixar essa data passar em branco".
"Eduardo morava em São Conrado e foi correr na ciclovia. Nós íamos
nos encontrar em Ipanema depois. Era um dia de ressaca, mas nada
absurdo, e ele se foi numa situação trágica em que uma onda bateu e
derrubou a ciclovia. Todo mundo acredita que foi negligência, uma
construção malfeita, mal elaborada, mal planejada", acrescentou.
Em julho, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra
14 pessoas pela queda de trecho da Ciclovia Tim Maia. Os acusados vão
responder por homicídio culposo (sem intenção de matar).
O movimento Salvemos São Conrado também organizou um ato no início da
ciclovia para lembrar os dois mortos. Segundo Marcelo Farias, 41 anos,
morador da Rocinha e um dos organizadores do protesto, o objetivo é não
deixar que as mortes e o acidente caiam no esquecimento. "As pessoas se
acostumaram com a impunidade. Não pode cair no esquecimento", disse.
Para Farias, a ciclovia não deveria ter sido construída naquele
local, já que as ondas batem com força no costão rochoso em algumas
épocas do ano. "A gente luta para que as obras sejam fiscalizadas".
INTERDIÇÃO
No fim de março, a Justiça do Rio decidiu manter a interdição do
trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou durante uma ressaca no costão
rochoso do bairro do Vidigal e matou as duas pessoas que passavam pelo
local na hora. Mesmo interditada, pedestres e ciclistas se arriscam a
passar pelo trecho interditado.
Na decisão, o juiz Marcello Alvarenga, titular da 9ª Vara de Fazenda
Pública do Rio, determinou que o município promova os reparos e
providências constantes no laudo elaborado após vistoria realizada pelo
Crea-RJ (Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia), que apontou a
necessidade de realização de várias intervenções para garantir a
segurança do equipamento.
Notícias ao Minuto
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