Léo Pinheiro afirma em depoimento que Lula mandou destruir provas de pagamentos a João Vaccari
O empresário Léo Pinheiro afirmou ao
juiz Sérgio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou
que ele destruísse documentos “da propina do caixa do PT”. O
ex-presidente da OAS presta depoimento sobre o triplex no Guarujá, que
seria da família Lula e que foi mantido em nome da empreiteira. A OAS
também pagou por cozinha e móveis planejados instalados no apartamento. A
defesa de Lula afirma que ele foi ver o apartamento para compra, mas
não se interessou.
Além dos móveis, o apartamento foi
customizado. Para a força-tarefa da Lava-Jato, o imóvel recebeu um
elevador interno para atender os desejos da família. Léo Pinheiro está
negociando acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Em entrevista a uma rádio de Sergipe na
manhã desta quinta-feira, transmitida em sua página em rede social, Lula
voltou a negar as acusações contra ele e acusou a Lava-Jato de estar
“subordinada à pirotecnia da imprensa e do Ministério Público”. O
ex-presidente prometeu “dizer o que pensa” sobre a Lava-Jato em seu
depoimento ao juiz Sérgio Moro marcado para o próximo dia 3 em Curitiba:
— Não quero falar muito sobre isso
(Lava-Jato), porque tenho depoimento dia 3. Se tiver que falar vou falar
lá. Vou guardar tudo o que penso para dizer no dia 3. Eu não tenho que
provar minha inocência, eles é que têm que provar a minha culpa. Até
agora só se falou e escreveu, encontraram conta de gente na Suíça, em
Cingapura, na Sibéria…
O líder petista continuou alegando
sofrer perseguição da mídia, que, em sua visão, estaria divulgando
exaustivamente as investigações para inviabilizar uma possível
candidatura à presidência em 2018:
— A Rede Globo é que vai precisar provar
que o apartamento é meu, que a chácara é minha, que eu tenho conta no
exterior como os candidatos deles têm. Quero que apresentem uma conta
com um centavo meu.
Lula não fez referências mais diretas
sobre as recentes alegações contra ele nos depoimentos dos delatores da
Odebrecht. Disse apenas que essas acusações deixam-no “irritado, mas
também paciente”:
— Quero saber até onde eles querem
chegar. Dizem os especialistas que eles querem criar condições para
impedir que eu seja candidato da República. Seria mais fácil pedirem
para mim do que tentarem destruir a imagem que criei com tanto
sacrifício.
Embora insista em dizer que ainda é cedo
para discutir uma eventual candidatura, ou mesmo formar uma chapa com o
ex-ministro Ciro Gomes (PDT), Lula afirmou novamente que entraria no
pleito se fosse necessário:
— Já perdi minha cota de eleições em 89,
94 e 98. Então eu aprendi a ganhar. Se eu for candidato, é para ganhar,
não para perder.
Fonte: Extra - Publicado por: Érika Soares
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