Tríplex, destruição de provas e propina: o que disse Léo Pinheiro a Moro
Saiba o que de mais importante o empreiteiro Léo Pinheiro contou ao juiz Sergio Moro ao ser interrogado na tarde desta quinta-feira
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Lula: depois das acusações dos delatores da Odebrecht, agora ele é alvo do ex-amigo Léo Pinheiro - (Antonio Lacerda/EFE) |
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, condenado
pelo juiz Sergio Moro na Operação Lava-Jato, escancarou pela primeira
vez a troca de favores, o pagamento de benesses e os detalhes da conta
clandestina que abastecia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O
depoimento desta quinta-feira complica ainda mais a vida do petista e
faz crescer as apostas sobre a possibilidade de prisão de Lula,
atualmente réu em cinco processos da Operação Lava-Jato.
Confira abaixo os principais pontos do interrogatório do empreiteiro, conduzido pelo juiz Sergio Moro:
“O apartamento era do Lula”
Léo Pinheiro confirmou aquilo que o ex-presidente sempre tentou negar: o
petista é, sim, dono do tríplex no Guarujá (SP). “O apartamento era do
presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar os
empreendimentos da Bancoop [cooperativa habitacional dos bancários]. Já
foi me dito que era do presidente Lula e de sua família. Que eu não
comercializasse”
Reforma do tríplex foi abatida de conta da propina do PT
O executivo revelou a existência de uma conta mantida entre o partido e a
empreiteira: “O Vaccari me retornou, dizendo que estava tudo ok, que
poderíamos adotar o sistema de encontro de contas entre créditos e
débitos que nós tínhamos com ele (…) no tríplex, no sítio e nos outros
empreendimentos. A soma total disso me parece que era em torno de 15
milhões de reais”, disse Léo Pinheiro.
Dinheiro saiu de desvios na Petrobras
Léo Pinheiro afirmou que os gastos da OAS com o tríplex do Guarujá
saíram de uma “contabilidade informal” da empreiteira – e que as
despesas eram abatidas dos saldos de propina da Petrobras que o PT
mantinha junto à OAS. “(Havia) uma contabilidade informal no que diz
respeito a despesas efetuadas no tríplex que eram lançadas no
empreendimento Solaris (o condomínio onde está o apartamento reservado
para Lula) e, na verdade, essas despesas eram parte do encontro de
contas de pagamento de propina na Petrobras”, disse Pinheiro.
Lula pediu para destruir provas que pudessem incriminá-lo
Ao juiz Sergio Moro, o empreiteiro relatou um diálogo que manteve com o
ex-presidente Lula já no curso das investigações da Lava-Jato.
Preocupado, o petista quis saber se havia registros de algum “encontro
de contas” entre ele e João Vaccari, ex-tesoureiro do PT. E foi
enfático: “ Se tiver, destrua”.
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