Aeronautas decretam estado de greve por mudanças na reforma trabalhista
A finalidade é pressionar o governo e parlamentares a fazer mudanças no texto da reforma que tramita em regime de urgência no Câmara
![](https://static.noticiasaominuto.com.br/stockimages/1370x587/naom_56b1ace898d51.jpg)
© DR
Os pilotos e comissários de voo de todo país decidiram hoje
(24), em assembleia, decretar estado de greve para pressionar o governo e
parlamentares a fazer mudanças no texto da reforma trabalhista que
tramita em regime de urgência no Câmara dos Deputados. Uma nova reunião
da categoria está marcada para a próxima quinta-feira (27), quando os
profissionais decididirão se paralisam suas atividades ou encerram o
movimento.
Os aeronautas reclamam principalmente do trecho da reforma que trata
do trabalho intermitente, permitindo a convocação apenas para trabalhos
esporádicos, sem contratação permanente. Segundo o presidente do
Sindicato Nacional dos Aeronautas, Rodrigo Spader, como as empresas
aéreas têm períodos de altos e baixos na movimentação, o trabalho
intermitente poderia ser aplicado, prejudicando os empregados do setor.
“Nos períodos de baixa nós seriamos dispensados do nosso trabalho e
seríamos chamados somente quando a aeronave voasse novamente. Então isso
atingiria tanto pilotos de pequenas aeronaves como de grandes
empresas.”
Segundo Spader, a prática poderia inclusive prejudicar a segurança do
transporte aéreo. “Os pilotos e comissários necessitam ter um trabalho
contínuo para a manutenção das habilidades técnicas. Se um aeronauta voa
um mês e folga outro a todo momento, até os níveis de segurança de voo
podem ser afetados”, disse.
Justa causa
Outro ponto da reforma trabalhista criticado pelos aeronautas é a
dispensa por justa causa no caso de perdas de licenças ou certificados.
De acordo com Spader, no caso dos pilotos e comissários isso seria um
retrocesso. “Justamente em um momento de fragilidade do aeronauta, em
que ele perde uma licença, ou por exame médico ou para voar em uma
determinada aeronave, ele seria demitido, sem direito ao saque do FGTS
[Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], aviso prévio”, criticou o
presidente do sindicato.
A categoria pretende conversar nos próximos dias com o relator do
projeto, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), e com outros parlamentares
para apresentar emendas que modifiquem o texto da reforma. “Queremos
pressionar o governo para efetivamente negociar a reforma”, disse
Spader.
Notícias ao Minuto com informações da Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário