Juiz que mandou prender Eike e Cabral sofre ameaças de morte e recebe proteção reforçada

A Polícia Federal de Brasília enviou ao Rio agentes treinados para
avaliar o risco das ameaças sofridas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª
Vara Federal Criminal e responsável pelas operações Calicute, Saqueador e
Fatura Exposta, desdobramentos da Lava-Jato no estado, após serem
descobertos dois novos planos para matar o magistrado e um outro contra
um agente federal.
Segundo O GLOBO apurou, uma ameaça partiu de um
presídio; a outra foi registrada pelo Disque Denúncia. A equipe da PF
que está no Rio desde a semana passada é a mesma que fez análise de
risco no caso do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro,
também alvo de ameaças.
A pessoas próximas, Bretas afirma que tem certeza de que as ameaças
estão relacionadas ao trabalho que a 7ª Vara Federal Criminal do Rio faz
contra a corrupção no estado.
Há duas semanas, o novo presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª
Região (TRF-2), desembargador André Fontes, determinou o reforço da
segurança do juiz Bretas. A portaria com a decisão assinada pelo
desembargador não explicava, porém, o motivo que o levou a tomar essa
medida. Agora se sabe que se trata de planos para matar o magistrado.
A nova administração do TRF tem ajudado no esquema de segurança do juiz Bretas, apesar das dificuldades orçamentárias.
Desde fevereiro, o juiz que mandou prender o ex-governador Sérgio
Cabral, o empresário Eike Batista e ex-secretário de Saúde Sérgio
Côrtes, anda acompanhado por policiais. Além da escolta, a Polícia
Federal também vinha monitorando possíveis ameaças a Bretas.
Pela caneta do juiz Bretas, 18 envolvidos somente na Calicute, iniciada
em 17 de novembro do ano passado, estão presos. Desde então, Bretas
instaurou cinco ações penais, com 45 réus, homologou 22 acordos de
colaboração e determinou 21 conduções coercitivas. Já foram arrecadados
R$ 430 milhões, pagos por meio de delações, além da apreensão de uma
aeronave, 35 embarcações, 103 imóveis, além de joias, veículos, obras de
arte e outros valores encontrados com os acusados.
O Globo
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