CCJ do Senado aprova união estável e casamento entre pessoas do mesmo sexo
A
Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira
(8), por 17 votos a favor e uma abstenção, um projeto para permitir a
união estável entre pessoas do mesmo sexo e posterior conversão dessa
união em casamento.
De
autoria da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) e relatado pelo senador
Roberto Requião (PMDB-PR), o projeto altera pontos do Código Civil, que
atualmente classifica como entidade familiar “a união estável entre o
homem e a mulher”.
Pelo
projeto, essa definição fica alterada para “união estável entre duas
pessoas”. Trechos da lei que se referem a “marido e mulher” são
alterados para “duas pessoas” ou “cônjuges”.
O
projeto foi aprovado em caráter terminativo (sem necessidade de ir ao
plenário, a não ser que algum senador recorra), mas ainda passará por um
turno suplementar de votação na própria comissão – provavelmente na
sessão seguinte da CCJ, na próxima semana – antes de ser encaminhado
para a Câmara dos Deputados.
No turno suplementar, a comissão deve confirmar a aprovação, mas há possibilidade de a proposta sofrer alteração.
O
projeto dá forma de lei para decisões já tomadas pelo Judiciário. Em
2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça
(STJ) reconheceram a união estável em pessoas do mesmo sexo. Em 2013,
resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obrigou os cartórios a
converter essa união estável em casamento.
Para
a senadora Marta Suplicy, a aprovação do projeto representa “um enorme
avanço”. “Apesar das decisões judiciais, estava faltando colocar isso na
lei para que não possa mais ser mexido”, disse.
Sobre
uma eventual resistência ao projeto na Câmara dos Deputados,
considerada de perfil mais conservador, a senadora espera que o texto
passe sem dificuldade.
Ela
lembra que chegou a propor um projeto em 1995 quando ainda era deputada
federal e que conseguiu aprová-lo na comissão especial que o analisou.
No entanto, até hoje a proposta aguarda para ser incluída na pauta do
plenário da Câmara.
“A partir dessa vitória
expressiva no Senado, não acho que vá ficar parado como outro. Os grupos
favoráveis à proposta vão se movimentar porque o projeto vem com uma
força do Senado. Essa unanimidade na comissão mostra que a sociedade
mudou”, afirmou a peemedebista.
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