Sertão da Paraíba deverá ter água da transposição até dezembro deste ano, diz ministério
Publicado por:
Larissa Freitas
As águas do São Francisco devem chegar ao Rio Piranhas, no Sertão
paraibano, até dezembro deste ano, conforme previsão do Ministério da
Integração Nacional. Em nota, o órgão informou que as obras do Eixo
Norte, que vão beneficiar a população sertaneja, estão 94,52%
concluídas.
Conforme o Projeto de Integração do Rio São Francisco, na Paraíba as
águas vão passar pelos municípios de Monte Horebe, São José de Piranhas,
Cachoeira dos Índios, Cajazeiras, Bom Jesus, Santa Helena, Triunfo,
Poço de José de Moura e Uiraúna.
No Eixo Norte, a captação do rio acontece em Cabrobó, em Pernambuco, e
a estrutura física passa por outros 11 municípios dos estados de
Pernambuco, Ceará e Paraíba. A partir da chegada ao Rio Piranhas, as
águas seguirão naturalmente até o reservatório Armando Ribeiro
Gonçalves, no Rio Grande do Norte.
Simultaneamente às obras que levarão as águas do ‘Velho Chico’ às
casas do Sertão paraibano, acontecem obras estruturantes da Vertente
Litorânea. “Desde agosto do ano passado, o Ministério da Integração
Nacional ampliou em 65,8% os repasses federais para a Vertente
Litorânea. Com mais de 130 quilômetros de extensão, o empreendimento vai
garantir o abastecimento de água a mais de 631 mil pessoas. O repasse
total da União será de R$ 955,78 milhões e a contrapartida do governo
estadual é de R$ 117,7 milhões”, informou o órgão.
Ainda conforme a Integração Nacional, 294 comunidades rurais que
residem às margens dos canais e reservatórios do Projeto São Francisco
na Paraíba, Pernambuco e Ceará serão beneficiadas com projetos
executivos para construção de sistemas de distribuição de água.
Essas obras complementares são de responsabilidade dos governos dos
Estados. De acordo com a Integração Nacional, o investimento total do
governo federal é de R$ 285 milhões, sendo que R$ 35,7 milhões foram
destinados à Paraíba e ficaram sob gestão da Secretaria de Estado de
Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e da Ciência e
Tecnologia (SEIRHMACT). A estimativa é de que 12,2 mil habitantes de 32
comunidades rurais sejam contemplados na Paraíba.
Atraso nas obras
As obras no Eixo Norte da transposição atrasaram porque em junho do
ano passado a construtora Mendes Júnior, responsável pela primeira etapa
do projeto (1N), comunicou ao Ministério da Integração Nacional
incapacidade financeira para cumprir os dois contratos celebrados. As
demais etapas (2N e 3N) do eixo estão em ritmo final de construção.
O processo de escolha da empresa que executará as obras remanescentes
da Meta 1N do Eixo Norte está em andamento pela Comissão Permanente de
Licitação do Ministério da Integração Nacional. Na próxima quarta-feira
(22), deputados estaduais da Paraíba e do Rio Grande do Norte vão se
reunir para discutir estratégias para cobrar do governo federal a
retomada imediata das obras.
“A situação é extremamente grave e o Sertão nordestino depende da
conclusão das obras do Eixo Norte para ter água. Existe uma lei que
autoriza a contratação de obra, em caráter emergencial, diante de uma
necessidade inadiável. E água é uma necessidade inadiável. A questão é:
Por que o governo não formaliza um contrato emergencial?”, questiona o
deputado paraibano Jeová Campos (PSB). “Estamos diante de um vazio e é
preciso uma atitude. É muito bom comemorar a chegada das águas no Eixo
Leste, em Campina Grande, mas é muito ruim saber que essa obra também
está paralisada e que uma quantidade de gente, infinitamente maior que
as que foram beneficiadas com a chegada das águas pelo Eixo Leste, estão
sem saber quando poderão experimentar a sensação de alívio que Monteiro
e Campina Grande começam a vivenciar. Nós não podemos contar apenas com
as chuvas, não devemos viver na expectativa da imprevisibilidade,
precisamos trabalhar com algo efetivo e a situação exige a formalização
de um contrato de emergência”, completa.
Em publicação oficial na internet, o Ministério da Integração explica
que o Consórcio Emsa – Siton foi habilitado para execução das obras
remanescentes da primeira etapa do Eixo Norte. Porém, o consórcio foi o
terceiro colocado no processo de licitação e outras cinco empresas
concorrentes demonstraram interesse em recorrer da decisão. Elas terão
até a próxima semana para apresentar as razões do recurso. Em seguida,
as empresas mencionadas na argumentação das concorrentes terão cinco
dias úteis para as contrarrazões. Após essas duas etapas, a Comissão
Permanente de Licitação terá até cinco dias úteis para publicar o
resultado da decisão.
“O Consórcio Emsa – Siton foi o terceiro classificado, no dia 1º de
fevereiro, por oferecer o lance de 9,8000% de desconto durante abertura
das propostas. Após análise técnica, a comissão inabilitou as duas
primeiras colocadas, a Passarelli Ltda. e a Marquise S.A”, justifica o
Ministério da Integração.
Portal Correio
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