União Europeia e 14 países suspendem importação de carne brasileira
Pelo menos 11 países suspenderam temporária e
integralmente a importação de carne brasileira e seus derivados, após
vir a público as suspeitas de irregularidades pontuais na fiscalização
do setor. Já a União Europeia e outros três países optaram por embargar
apenas as compras dos 21 frigoríficos alvos da Operação Carne Fraca,
deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (17), ou de parte
dessas empresas.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
até a deflagração da operação policial, as carnes bovina, de frango e
suína nacionais e seus derivados eram exportados para mais de 150
países. A média de embarque diário do Brasil para o exterior até então
era de US$ 63 milhões. Quatro dias após a notícia da suspeita de que ao
menos 21 frigoríficos podem ter colocado à venda carne adulterada e
produtos irregulares, o total embarcado na última terça-feira (21) caiu a
apenas US$ 74 mil.
Segundo o Mapa, até a noite de ontem (22), os seguintes países tinham
suspendido temporariamente ou desautorizado o desembarque de carne e
produtos cárneos procedentes do Brasil: China; Chile; Egito; Argélia;
Jamaica; Trinidad Tobago; Panamá; Catar; México e Bahamas, além de Hong
Kong, que tem o status de Região Administrativa Especial da China.
No caso do Chile e do Egito, a proibição deve vigorar pelo menos até
que as autoridades brasileiras forneçam esclarecimentos considerados
satisfatórios. A Jamaica, além de suspender a importação, determinou que
todos os produtos de carne brasileiros já disponíveis no mercado
interno sejam recolhidos pelos produtores e distribuidores.
O Catar adotou uma paralisação do desembaraço aduaneiro, que vigorará
até que os resultados dos testes por amostragem sejam conhecidos. No
caso do México, que, de acordo com o Mapa, consome apenas frango
brasileiro, o órgão sanitário nacional determinou uma suspensão
preventiva.
O Japão adotou umsuspensão parcial temporária, que proibiu a entrada
no país de qualquer produto proveniente dos 21 frigoríficos sob
suspeita. A África do Sul também suspendeu temporariamente as compras de
seis exportadores brasileiros. Já a União Europeia deixou de comprar
aves e suínos de três plantas investigadas pela PF, além de carne bovina
e derivados de uma planta – decisão que também já havia sido adotada
individualmente pela Suíça.
Os Estados Unidos, o Vietnã e a Arábia Saudita reforçaram a
fiscalização sanitária sobre os produtos brasileiros. De acordo com a
embaixada brasileira em Washington, o receio motivou as autoridades
americanas a determinar que 100% das amostras de produtos cárneos
brasileiros sejam inspecionadas. O Mapa, no entanto, já afirmou que
nenhuma dos locais de produção sob suspeita enviou carne aos EUA.
A Coreia do Sul, por sua vez, havia ampliado o percentual de amostras
inspecionadas de 1% para 15%, mas voltou atrás na decisão na última
terça-feira (21). E Israel e Barbados pediram ao governo brasileiro mais
informações, antes de anunciar qualquer medida.
Interditados
No Brasil, os três frigoríficos interditados pelo Ministério da
Agricultura pertencem às empresas BRF e Peccin. Na unidade da BRF de
Mineiros (GO), é feito o abate de frangos, e nas plantas da Peccin em
Jaraguá do Sul (SC) e em Curitiba (PR) são produzidos embutidos
(mortadela e salsicha).
Agência Brasil

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