Juiz federal Sergio Moro diz que crise prisional é causada por “presos ilustres”
Publicado por:
Carlos Rocha

O juiz federal Sergio Moro diagnosticou a grande vilã da crise
prisional. Segundo o responsável pela operação Lava Jato na primeira
instância, não é a quantidade de presos que provoca a perpetuação da
violência e motins, como o do Compaj, em Manaus, e de Alcaçuz, no Rio
Grande do Norte, que estarreceram o mundo no início deste ano. Tampouco
“a duração ou as colaborações decorrentes”.
Moro defende, em artigo publicado na edição deste domingo da revista
Veja, que o problema é a qualidade dos presos provisórios. “O problema
não são as 79 prisões ou os atualmente sete presos sem julgamento, mas
sim que se trata de presos ilustres. Por exemplo, um dirigente de
empreiteira, um ex-ministro da Fazenda, um ex-governador e um
ex-presidente da Câmara dos Deputados”, escreveu o magistrado.
A solução apontada no artigo são as prisões preventivas, que teriam
números menores do que em investigações “rumorosas”, como a Operação
Mãos Limpas, na Itália. Segundo números do texto assinado por Moro, a
Mãos Limpas prendeu, preventivamente cerca de 800 pessoas, nos três
primeiros anos, entre 1992 e 1994, somente em Milão.
O juiz defendeu ainda que as críticas à longa duração das prisões não
procedem. “Há pessoas presas, é verdade, desde março de 2014, mas
nesses casos já houve sentença condenatória e, em alguns deles, até
mesmo o julgamento das apelações contra a sentença”.
Créditos: Notícias ao Minuto
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