Juiz Sérgio Moro afirma que defesa de Lula faz ‘propaganda política’ do petista
Publicado por: Larissa Freitas
Durante um debate em audiência nesta sexta-feira (10), o juiz federal
Sergio Moro afirmou que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva faz “propaganda política” do governo petista e disse que a prática
é “inapropriada”.
O juiz indeferiu uma pergunta do advogado Cristiano Zanin Martins,
defensor do ex-presidente, que perguntava ao ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, se o governo de Lula “trouxe benefícios ao país, e
não buscou benefícios pessoais”.
Meirelles foi convocado como testemunha de defesa do ex-presidente.
Antes da questão, ele falou sobre a política macroeconômica do governo
Lula e seus efeitos na economia brasileira.
“A impressão é a defesa está fazendo propaganda política do governo anterior. Isso não é apropriado”, afirmou Moro.
O juiz entendeu que a resposta à pergunta seria uma opinião, e não um fato, e por isso a indeferiu.
“Não estou fazendo propaganda política. Eu sou advogado. Só estou
enfrentando a acusação difusa que o Ministério Público lançou nos
autos”, afirmou Zanin.
Lula responde a uma ação acusado de ter se beneficiado de propina na compra e reforma de um tríplex no Guarujá (SP).
Na denúncia, o Ministério Público Federal o acusou de ser “o
comandante máximo” do esquema de corrupção na Petrobras, e disse que o
petista governava uma “propinocracia” para garantir a governabilidade.
Em nota, a defesa de Lula disse que sua arguição era “pertinente e
favorável”, e que a intervenção de Moro demonstrou um “notório
desrespeito ao trabalho da defesa”.
“Há uma clara opção de deixar ofuscar os sólidos argumentos que a
defesa leva ao processo com incidentes periféricos gerados pelo juiz”,
afirmou Zanin, em nota.
SEM ILÍCITOS
Meirelles foi presidente do Banco Central durante os dois mandatos de
Lula, e declarou que “nunca viu algo ilícito” durante o governo do
petista.
“A minha relação com o presidente Lula era totalmente focada em
assuntos relativos ao Banco Central e à política econômica. Nessa
interação, eu nunca vi ou presenciei algo que pudesse ser identificado
como algo ilícito”, afirmou Meirelles.
O economista ainda disse ter atuado com “independência” à frente do
cargo.”Independentemente de desacordos que eu tive com diversos membros
da administração, com outros ministros ou opiniões do próprio
presidente, eu sempre tomei decisões de forma completamente
independente, e ele me manteve no cargo”, declarou.
O ex-ministro Luiz Fernando Furlan, que ocupou a pasta do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, também prestou
depoimento nesta sexta (10).Furlan declarou que todas as reuniões entre
empresários e Lula que presenciou tratavam de “assuntos de interesse do
país”, e que nunca identificou práticas ilícitas no relacionamento do
ex-presidente com o setor produtivo.
Fonte: FOLHAPRESS
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