Fogo destrói 300 barracos e deixa mais de mil desabrigados em Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo
Incêndio de grande proporção atingiu a comunidade de Paraisópolis na tarde desta quarta-feira (1)
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| © Nacho Doce / Reuters |
Um incêndio de grande proporção atingiu na tarde desta quarta-feira (1º) a favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo.
Por volta de 300 moradias foram atingidas segundo os bombeiros e a
estimativa é que mais de 1.200 pessoas ficaram desabrigadas, inclusive
muitas crianças. Não há relatos de vítimas.
"Tinha acabado de arrumar todo o barraco da minha filha, que vai me
dar mais uma netinha no mês que vem. Terminamos tudo e fomos almoçar na
minha casa, quando vimos na televisão sobre o incêndio. Ela perdeu
tudo", disse Edvaldo Santos, auxiliar de limpeza. Nascido na Bahia, ele
mora há 32 anos em Paraisópolis e se acostumou a assistir cenas de
incêndio. "Ainda bem que comigo nunca aconteceu", diz.
Essa é a quarta fez que ocorre um incêndio naquele mesmo ponto da
comunidade, afirmam os moradores de Paraisópolis, que com baldes de água
ajudavam os bombeiros a controlar o incêndio.
O fogo teria começado por volta das 13h40 quando, segundo os
moradores, algumas pessoas estavam queimando pedras de crack. Como os
barracos de madeira são muito próximos, o fogo se alastrou rapidamente. A
área queimada está em um vale e o vento em círculos ajudou a aumentar
ainda mais a tragédia.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas, que só
foram extintas depois de quase duas horas. No total, 24 viaturas e 75
bombeiros atuaram no combate ao fogo. Uma pessoa chegou a ser
encaminhada para o hospital.
"Quando a vida está fora da gente não tem mais jeito. Mas enquanto
ela estiver dentro da gente vamos continuar lutando", disse, resignado, o
manobrista Wanderlei Vieira, que perdeu tudo para as chamas. "Trabalhei
a noite inteira e estava descansando quando vieram me avisar. O
paranaense de São Judas Tadeu está há 6 meses em Paraisópolis. "A
geladeira era novinha".
Enquanto bombeiros e moradores tentavam controlar o fogo, a revolta
dos desabrigados eram como outros moradores da própria região, que
estavam saqueando os barracos vazios.
Os moradores atingidos fizeram o cadastro em programas habitacionais da Prefeitura de São Paulo.
Com informações da Folhapress.

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