Operação Lava Jato deve gerar 'filhotes' em vários estados investigando políticos
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá encaminhar nos
próximos dias ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal, cerca de 200 pedidos que vão desde a abertura
de inquéritos para investigar políticos ao fim do sigilo de delações
feitas por dirigentes e ex-dirigentes da empreiteira Odebrecht.
A
Lava Jato deverá gerar "filhotes" no Judiciário em todo o país porque,
segundo investigadores, as delações da Odebrecht envolvem obras em
praticamente todos os Estados e citam ex-governadores, deputados
estaduais ou prefeitos que devem ser investigados pelos tribunais
estaduais.
É o caso, por
exemplo, das fases Calicute e Eficiência, no Rio, que levaram para a
prisão o ex-governador Sérgio Cabral e o empresário Eike Batista.
A
PGR deve pedir, ainda, o desmembramento de processos para remeter ao
STJ os casos relativos a governadores. Os de desvio de recursos públicos
na Petrobras envolvendo pessoas sem foro privilegiado devem ser
enviados para o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira
instância da Justiça Federal.
O
grupo de trabalho da PGR analisa as delações desde dezembro e continua
trabalhando neste período de carnaval para entregar todos os pedidos
relativos às 78 delações premiadas da Odebrecht ainda nesta semana.
Segundo
investigadores, a regra será o pedido de fim do sigilo dos inquéritos,
com exceção para casos em que a divulgação pode atrapalhar outros passos
da investigação.
Até
aqui, o ministro Fachin tem seguido os procedimentos que vinham sendo
adotados pelo antecessor na relatoria da Lava Jato, Teori Zavascki,
morto em acidente aéreo no mês passado. Mas há a avaliação de que, nos
próximos meses, ele adotará estilo próprio, que ainda não é conhecido.
PBagora com Cristiana Lobo
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