Joás de Brito deverá garantir vitória da chapa com nome de outro desembargador
Publicado por: Amara Alcântara
Depois de uma eleição conturbada, uma
vitória apertada, uma decisão anulada e o ministro que pediu a
anulação do processo acabar morrendo, a presidência do Tribunal de
Justiça da Paraíba pode cair no colo de Márcio Murilo.
Destrinchando os lances de xadrez que
levariam a chapa de Joás de Brito a colocar o nome do desembargador
Márcio Murilo no cargo de presidente temporariamente, precisamos
entender o que aconteceu nas eleições passadas.
A primeira eleição
Em 16 novembro de 2016 a eleição
realizada com 18 dos desembargadores teve Joás de Brito e João Alves
concorrendo ao cargo. Mas o ministro Teori Zavascki atendeu ao medida
liminar protocolada por Márcio Murilo da Cunha Ramos e Joás de Brito, e
quando foi observado que o fator de antiguidade não foi respeitado,
cancelou o pleito.
A segunda eleição
A segunda disputa, realizada no dia 22
de dezembro de 2016 teve Joás de Brito e Saulo Benevides na disputa, e
por pouco não teve Márcio Murilo. O desembargador desistiu às vésperas
do dia marcado e com uma vitória quase certa. O motivo alegado foi para
dedicar-se ao pai, o desembargador aposentado Miguel Levino, que estava
com a saúde abalada.
Com 10 votos, Joás de Brito foi eleito presidente do tribunal e assumiu o posto no dia primeiro de fevereiro desse ano.
A terceira eleição
O mandato de Joás foi posto em xeque. A decisão recente do ministro
Luís Roberto Barroso anulou a eleição por ter permitido os votos dos
irmãos Abraham Lincon e Márcio Murilo. Segundo o regulamento, votos de
parentes de até 3º anulariam um ao outro. A decisão de Barroso impede
Abraham de votar em uma nova eleição.
A chapa liderada pelo desembargador
Saulo Henriques tem o apoio de 9 dos 19 votos. Joás garantiu a vitória
na última eleição com 10 votos incluindo o de Abraham. Com a nova
eleição, sem o voto de Abraham, as duas chapas estariam empatadas ( 9 x 9
) e o desempate seria feito pelo fator antiguidade. Entre Joás e Saulo,
quem vence é Saulo.
DESEMBARGADORES DO GRUPO DE JOÁS:
1. Márcio Murilo
2. João Benedito
3. José Aurélio
4. Carlos Beltrão
5. Marcos Cavalcante
6. Silvio ramalho
7. Maria das Neves
8. Arnóbio Alves
9. Joás de Brito
10. Abraham Lincoln – OBS: Impedido de votar
DESEMBARGADORES DO GRUPO DE SAULO:
1. Fátima Bezerra
2. Fred Coutinho
3. Osvaldo Trigueiro
4. Zeca Porto
5. Maria das Graças
6. Romero Marcelo
7. Leandro dos santos
8. João Alves
9. Saulo Benevides
Qual a estratégia?
A articulação de Joás é sacrificar sua candidatura e colocar Márcio
Murilo para concorrer pela sua chapa, pois no critério desempate, quem
leva a melhor é Márcio, que é o mais antigo.
A jogada ainda exerceria pressão nos oposicionistas, que poderiam mudar de chapa e apoiar Márcio e Joás.
Paralelamente, Joás continuaria
recorrendo para anular a decisão do Ministro Barroso para tirar seu
mandato de xeque e garantir sua volta ao tabuleiro, em definitivo.
Márcio Murilo ficaria a frente do TJ enquanto o Joás e todo seu grupo
iria tentar restabelecer a eleição que ele venceu.
O relógio está contando
O ministro Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal, determinou dia 23 de fevereiro a realização de novas
eleições no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) para os cargos de
presidente, vice-presidente e corregedor. As eleições terão que ser
realizadas em até 15 dias. Ele deferiu parcialmente liminar solicitada
em mandado de segurança impetrado pelo desembargador Saulo Benevides. O
prazo para a convocação final acontece próxima segunda (13) e a data
final para realização da eleição é na quarta (15). Tic, tac.
Fonte: Polêmica Paraíba - Créditos: Amara Alcântara
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