Carro desgovernado de escola de samba deixa 20 feridos no Rio de Janeiro
Uma das pessoas feridas no acidente da Paraíso do Tuiuti - (Foto: Alexandre Durão/G1) |
Vinte pessoas ficaram feridas ao serem
atingidas por um carro alegórico no desfile da Paraíso Tuiuti, na noite
deste domingo (26) , na Marquês de Sapucaí, no Rio. Um dos carros da
escola perdeu o controle e prensou pessoas na grade que separa a pista
da arquibancada. Alguns feridos ficaram presos nas ferragens e bombeiros
tiveram que serrar a grade. Duas pessoas foram levadas para o Hospital
Souza Aguiar com ferimentos graves, segundo informou a Secretaria
Municipal de Saúde do Rio. Outras seis vítimas foram levadas para o
hospital Miguel Couto.
Estão
entre os feridos Bárbara Campello, repórter; Lucia, fotógrafa, que teve
fratura exposta na perna esquerda e traumatismo craniano leve; Liza, da
Rádio Ação FM; Severino Silva, do jornal “O Dia”; Maria de Lurdes de
Moura, de 58 anos, que teve fratura exposta nas duas pernas, traumatismo
craniano e traumatismo de face e está em estado grave; e Elisabeth
Joffre, que quebrou o fêmur.
Um
advogado da Riotur informou que carro da Tuiuti não sairia da dispersão
enquanto não acontecesse a perícia, mas a Liesa alegou que isso
prejudicaria os outros desfiles e o carro seria levado para uma área
mais ao fundo. Policiais da 6ª DP já estavam na dispersão para a
realização da investigação.
A
jornalista Bárbara Campello, uma das feridas, disse em entrevista à
rádio CBN que sofreu luxações e escoriações no braço. “Eu tenho que
agradecer a Deus. Teve casos piores. Uma amiga teve fratura exposta na
perna, a outra teve as duas pernas prensadas contra a grade. Eu fui
derrubada e fui parar quase debaixo do carro alegórico”, contou à rádio.
O
jornalista Paulinho Carioca, marido de Elisabeth, que ficou ferida no
acidente, contou sobre o momento do acidente. “Tinha acabado de subir,
fui entregar uma capa de chuva para ela. De repente houve uma gritaria. A
impressão que tive é que foi engatada uma ré, o carro voltou com muita
rapidez. Aquela gritaria. Quando o carro voltou e saiu do lugar, eu a vi
caída.”
De
acordo com ele, a ambulância que levou a mulher até o hospital Souza
Aguiar levou quase meia hora no trajeto entre a Marques de Sapucaí e o
hospital. “Eu levei 25 minutos para chegar aqui do Sambódromo. Tem que
ter uma via totalmente expressa e definida para o socorro de pessoas.
Tinha 70 mil pessoas no Sambódromo. Poderia ser mais grave”, afirmou.
Segundo
a Secretaria Municipal de Saúde, os casos com maior gravidade são de
três mulheres transferidas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, o
mais próximo da Sapucaí – uma delas foi posteriormente tranferida para o
hospital Miguel Couto. Outras cinco vítimas, com menor gravidade,
também foram levadas para o Miguel Couto. Doze pessoas foram atendidas
nos postos médicos do sambódromo e foram liberadas em seguida – algumas
vítimas buscaram atendimento em função do nervosismo provocado pelo
acidente.
O
diretor de carnaval da Liesa, Elmo José, tentou explicar a dinâmica do
acidente e pediu para que as pessoas não fiquem na pista da Marquês de
Sapucaí.
“Na
verdade, a parte da frente do carro, as rodas malucas que estavam
usando, com a chuva, o carro começou a tender para o lado esquerdo.
Quanto foi para o lado de cá, se desgovernou um pouquinho e começou a
encostrar nas pessoas. Tinha pessoas que estavam foram da calçada,
estavam dentro da pista. Pedimos sempre que as pessoas fiquem na calçada
no seus lugares, mas as pessoas querendo fotografar a escola, querendo
dar a informação da escola, se dá o acidente. Mas foram prontamente
socorridas e vamos continuar o espetáculo“, afirmou o diretor.
A
escola Paraíso do Tuiuti lamentou o acidente. Em nota, afirmou que
“prontifica-se a prestar esclarecimentos assim que todas as causas do
acidente forem apuradas.” “Esclarecemos que ofereceremos toda a
assistência necessária às vítimas deste irreparável episódio”, diz a
nota.
O
delegado William Lourenço, delegado substituto da 6ª DP (Cidade Nova),
afirmou que a perícia preliminar feita no carro alegórico da Tuiuti
envolvido no acidente não apontou problemas mecânicos. Ele acrescenta, porém, que será feita outra perícia.
O
delegado falou que é preciso analisar imagens feitas pela TV ou
amadoras do momento do acidente. William disse que a escola ainda vai
comunicar o nome do motorista que conduzia o carro no momento do
acidente. De acordo com a polícia, a Tuiuti disse apenas, até o momento,
que um segundo motorista levou o carro até a dispersão.
Em
nota, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro
(Liesa), também lamentou o acidente. “A Liga se solidariza com as
vítimas e seus familiares e informa que todas foram prontamente
socorridas”, diz a nota.
G1
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