Tristes, vizinhos destacam simplicidade do ator Domingos Montagner
"Ele sempre foi muito acessível. Uma pessoa muito receptiva. Ele não
criava barreiras entre as pessoas que gostam dele, que acompanham o
trabalho dele", afirmou a professora Bárbara Galvão.
A vizinha Fabiana Leister, que trabalha em uma padaria perto do
condomínio onde Montagner vivia, afirmou que Montagner conversava
normalmente.
"Quando é um artista que você nunca viu na sua vida, que você vê na
televisão, você se comove porque é um ser humano, mas quando é uma
pessoa que você vê, vem comprar pão, senta, fala oi, boa tarde. Ele já
sentou aqui e falou comigo é uma pessoa normal igual a gente, é muito
ruim é muito triste", diz.
Amor a São Paulo
O ator Domingos Montagner declarou seu amor à cidade de São Paulo, onde
nasceu, na entrevista que deu ao SPTV no último dia 3, um sábado. "Eu,
como paulistano, sou fã militante de São Paulo", afirmou Montagner.
O ator morreu depois de nadar perto da Usina de Xingó, na Região de
Canindé de São Francisco (SE), após um dia de gravações da novela 'Velho
Chico', na qual interpretava o personagem Santo.
Domingos, de 54 anos, deixa a mulher, Luciana Lima, e três filhos. Ele
morava com a família em um condomínio de casas em Embu das Artes, na
Grande São Paulo, cidade que abriga artistas de todas as áreas a 23 km
da capital paulista. A família passou a tarde recolhida à espera de
notícias após o desaparecimento do ator em um mergulho. A vizinhança
lamentou a morte. "Uma ótima família, muitos simpáticos, pessoas
normais, como a gente", disse a vizinha Fabiana Leister. "É muito triste
isso".
Simpatia
Montagner esbanjou simpatia e humildade na entrevista que deu ao SPTV ao
lado da atriz Ingrid Guimarães para falar sobre o filme "Um namorado
para a minha mulher", que está em cartaz. No filme da diretora Julia
Rezende, ele interpreta um personagem "exótico sedutor". Várias cenas do
longa metragem foram rodadas em locais famosos de São Paulo, como o
bairro da Lapa, a Avenida Paulista, e a praça Benedito Calixto, em
Pinheiros.
"É um olhar de uma diretora carioca sobre São Paulo", destacou Montagner
na entrevista à repórter Flavia Freire. Na conversa, Montagner revelou
que toda a sua formação como artista veio do circo, e se disse muito
feliz em poder executar alguns truques circenses no filme. "Ele cospe
fogo de verdade", disse Ingrid. "Ele é totalmente original" .
Começo no teatro e no circo
O ator paulistano começou sua carreira artística trabalhando no teatro e
em circos. Ele atuou em treze programas de TV, entre séries e novelas,
além de nove filmes.
Alguns papéis de destaque foram o Capitão Herculano Araújo de "Cordel
Encatado" (2011) e o presidente Paulo Ventura de "O brado retumbante"
(2012), seu primeiro protagonista.
Ele também chamou atenção como o Zyah de "Salve Jorge" (2012) e o João Miguel de "Sete Vidas (2015).
Montagner conta, em seu site oficial, que iniciou sua carreira no
teatro, através do curso de interpretação de Myriam Muniz, e no Circo
Escola Picadeiro.
Em 1997, formou o Grupo La Mínima, com Fernando Sampaio. A Noite dos
Palhaços Mudos, de 2008, lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Ator. Em
2003, criou o Circo Zanni, do qual foi diretor artístico.
O primeiro papel na TV foi no seriado "Mothern" (2006), do GNT, canal da
TV por assinatura. A estreia na Globo foi também em seriados: "Força
Tarefa", "A Cura" e "Divã". A primeira novela, "Cordel Encantado", foi
em 2011. No ano seguinte, estreou no cinema, com uma participação no
longa "Gonzaga - de Pai Pra Filho", de Breno Silveira.
G1.com.br
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