Sessão na Câmara é marcada por tumulto entre Bolsonaro e militantes feministas
BRASÍLIA
– Uma comissão geral sobre direitos da mulher realizada nesta manhã no
plenário da Câmara dos Deputados foi marcada por tumulto e embate entre o
deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e militantes da causa feminina.
O
tumulto começou quando militantes defenderam na audiência pública que a
Justiça condene quem faz apologia ao estupro e que a Câmara “casse os
estupradores que nela estiverem”. Um dos discursos mais contundentes foi
da vice-presidente da OAB-DF, Daniela Teixeira, que pediu que o Supremo
Tribunal Federal julgue e condene Bolsonaro. O parlamentar é réu no STF
por injúria e apologia ao estupro ao dizer que não estupraria a
deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia.
A sessão
que discute a cultura do estupro e os direitos de mulheres e crianças
vem sendo presidida por Maria do Rosário. A petista foi confrontada logo
no início dos trabalhos por Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que questionou o
tempo de discurso que seria concedido aos parlamentares. Calmamente, a
petista respondeu que depois dos discursos dos convidados, os
parlamentares falariam.
Entre um discurso e outro, apoiadores de
Bolsonaro gritavam seu nome e defendiam o projeto do deputado que prevê a
castração química de estupradores. “Defensora do estuprador Champinha”,
gritava Bolsonaro no plenário para Maria do Rosário. Entre o grupo que
apoiava Bolsonaro no plenário estava Carla Zambelli, do movimento Nas
Ruas, uma das defensoras do impeachment que se acorrentou por dias no
Salão Verde da Câmara.
O auge do tumulto foi quando a
representante da OAB lembrou que Bolsonaro era réu no STF. Nervoso,
Bolsonaro subiu na mesa dos trabalhos e com dedo em riste exigiu direito
de resposta. Maria do Rosário concedeu a palavra ao parlamentar na
sequência.
Na tribuna, Bolsonaro acusou a Procuradoria Geral da
República (PGR) de ter acolhido a “armação” de Maria do Rosário e de ter
feito pressão sobre o ministro do STF Luiz Fux para que o processo
contra ele fosse aberto. “Essa sessão está sendo um desserviço à mulher
vítima de violência”, declarou.
Estadão
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