Juristas apresentam pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes
No pedido, o grupo acusa o ministro de
adotar “comportamento partidário”, mostrando-se leniente com relação a
casos de interesse do PSDB e “extremamente rigoroso” no julgamento de
casos de interesse do PT e de seus filiados, “nomeadamente o
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, não
escondendo sua simpatia por aqueles e sua ojeriza por estes”.
Para
os autores, o ministro tem ofendido a Constituição, a Lei Orgânica da
Magistratura e o Código de Ética da Magistratura ao não atuar com
imparcialidade e conceder frequentes entrevistas nas quais antecipa seus
votos e discute o mérito de questões sob julgamento do STF. Além disso,
eles acusam Mendes de atuar de maneira desrespeitosa também durante
julgamentos e utilizar o cargo a favor dos interesses do grupo político
que defende.
“O partidarismo do ministro denunciado chegou a
extremos constrangedores quando do julgamento, pelo STF, da ADI
4.650-DF, interposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil para arguir a inconstitucionalidade das disposições legais que
permitiam, nas eleições para cargos públicos, o financiamento por
empresas privadas. Com a votação, a ADI praticamente decidida, o
ministro requereu vistas dos autos [com o único objetivo, como ficou
patente, de impedir a conclusão do julgamento] e com ele permaneceu
durante longos 18 meses, frustrando a ação do STF”, cita o documento.
O
pedido de impeachment cita outros exemplos de situações em que o
ministro teria faltado com o decoro e agido partidariamente, como quando
fez “graves acusações à Procuradoria-Geral da República e aos
procuradores de um modo geral” em razão de vazamentos de delações
premiadas. E ainda quando criticou a Lei da Ficha Limpa, acusando seus
autores de “bêbados”.
Na opinião dos autores, o ministro tenta
atuar como legislador ao sugerir e reclamar mudanças na legislação
eleitoral, na condição de presidente do Tribunal Superior Eleitoral,
criticando leis que “lhe cumpre aplicar”.
G1
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