Grupo extremista no Brasil declara apoio e anuncia aliança ao Estado Islâmico
De acordo com Katz, esta é a primeira
vez que uma organização anuncia aliança com o Estado Islâmico na América
do Sul e declara submissão ao líder do califado, Abu Bakr al-Baghdadi.
Dentro do canal no Telegram, o Ansar al-Khilafah Brazil comentou que,
“se a polícia francesa não consegue deter ataques dentro do seu
território, o treinamento dado à polícia brasileira não servirá em
nada”, referindo-se ao apoio que agências internacionais de inteligência
têm oferecido ao governo brasileiro na prevenção de ataques terroristas
durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Em um post no Twitter, Katz ressaltou
que o grupo está aproveitando o momento para espalhar a ideologia
extremista antes da competição esportiva. No fim de maio, o Estado
Islâmico criou o primeiro canal em português da organização, também
dentro do Telegram. A página, para propaganda do califado, é uma versão
em português do já existente Nashir Channel.
Procurada pela ANSA, a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) ainda não retornou ao contato sobre a
suposta aliança de um grupo no Brasil ao Estado Islâmico.
O cientista político Heni Ozi Cukier, professor de Relações
Internacionais da ESPM, disse em entrevista à ANSA que qualquer ameaça
precisa ser verificada para se constatar se é falsa ou real.
“Pode ser só uma oportunidade de
aterrorizar antes dos Jogos”, afirmou, destacando, porém, que, caso seja
verdadeira, o Brasil precisa aumentar sua vigilância. Na semana
passada, a Assembleia Nacional da França publicou o relatório de uma
audição com o chefe da Direção de Inteligência Militar (DRM), general
Christophe Gomart, no qual o especialista admitia ter informações de que
o Estado Islâmico planejara um atentado contra a delegação francesa
durante os Jogos.
As Olimpíadas do Rio de Janeiro
ocorrerão entre os dias 5 e 21 de agosto. Devido ao massacre em Nice há
quatro dias, quando Mohamed Bouhlel atropelou uma multidão e matou 84
pessoas, o governo brasileiro adotou medidas extras de segurança para os
Jogos.
Ontem (17) foi realizado o terceiro
treinamento de forças conjuntas para simular a cerimônia de abertura,
que ocorrerá no Maracanã. A estimativa é de que cinco mil homens da
Força Nacional de Segurança Pública e 21 mil oficiais das Forças
Armadas, além do contingente fixo do Rio de Janeiro, façam a segurança
durante os Jogos Olímpicos.
R7
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