Associação libera imagens do sanitário de R$5 mil e da janela de R$20 mil do gabinete do presidente do Tribunal de Justiça
Publicado por:
Amara Alcântara
A denúncia não poderia chegar em pior
momento. Como se sabe, tem sido extremamente criticado o serviço
prestado pelo Judiciário do Estado, com vários de seus fóruns
funcionando em condições muito precárias. Então, o que justifica o
Tribunal de Justiça gastar quase R$ 210 mil, apenas no gabinete do
presidente Marcos Cavalcanti, numa estrutura de 100 metros quadrados?
Mas, é o que consta da denúncia da Astaj
(Associação dos Técnicos, Auxiliares e Analistas Judiciários da
Paraíba), que só conseguiu cotejar os dados oficias sobre a reforma após
ter ingressado no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para ter acesso ao
processo administrativo. E os dados que a Associação divulgou são de
impressionar realmente.
Para se ter uma ideia: a aquisição e
instalação da bacia sanitária com caixa acoplada e o assento sanitário,
por exemplo, custaram aos cofres públicos… R$ 5.863,00. Mais: a
aquisição e instalação de cuba de vidro para lavabo custaram R$
2.450,56. E uma janela foi adquirida por R$ 24 mil, para ficar na parte
interna do gabinete, entre outras peças, todas de uso privativo do
desembargador.
Segundo Camilo Sousa Amaral, presidente
da Astaj, “enquanto impõe severas dificuldades para pagar direitos dos
servidores, tais como, das progressões e promoções, entre outros, o
desembargador não poupa recursos públicos para tornar seu gabinete,
entre os 19 gabinetes de desembargadores, o mais luxuoso, pois o luxo e a
suntuosidade são marcas registradas que caracterizam a reforma”,
Para José Para Ivonaldo Batista, diretor
de Finanças da Astaj, “a reforma ocorre em uma repartição pública e,
como tal, não pode ser instrumento para a satisfação pessoal do gestor, o
correto seria priorizar iniciativas com vistas a melhoria das condições
de trabalho e funcionamento dos fóruns no Estado e não a de um gabinete
de desembargador em particular”.
“A sociedade paraibana anseia por uma
justiça mais célere e eficiente, que aplique com racionalidade e bom
senso os recursos financeiros que dispõe. Não é o que temos hoje no
TJPB”, concluem os dois líderes da entidade.
Contrato – Segundo a Astaj, o contrato
original para execução de serviços de reforma no gabinete foi assinado
em dezembro de 2015. A empresa vencedora foi FC Fernandes Carvalho
Construtora LTDA, que cobrou pelo serviço o valor de R$166.568,18. Mas,
em março de 2016, houve um aditamento com um acréscimo de mais R$
43.392,60. Com isso, o custo total pago pelo TJ vai a R$ 209.960,78 .
BLOG DO HELDER MOURA
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