PMDB vai decidir em 30 dias se mantém apoio ao governo, diz Romero Jucá
| Convenção do PMDB em Brasília |
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse hoje (12), na chegada à
convenção nacional do PMDB, que o partido decidiu que, em até 30 dias, o
Diretório Nacional vai decidir se mantém apoio ao governo da presidenta
Dilma Rousseff. Principal partido da base aliada do governo, o PMDB
chega dividido à convenção entre manter o apoio ao governo ou decidir
pelo afastamento.
“Vamos tirar hoje aqui um posicionamento de unidade e consistência de
pensamento perante a crise que o Brasil vive. Todas as propostas de
rompimento e afastamento serão recebidas e levadas em conta. Mas também
estamos hoje tomando a decisão de que, em até 30 dias o Diretório
Nacional vai analisar todas essas propostas e aí sim, com respaldo da
unidade, tomar uma decisão que será implementada e cobrada de todos os
membros do partido. Antecipar o rompimento seria quebrar o
posicionamento que firmamos de não antecipar hoje aqui qualquer
decisão”, disse Jucá.
Segundo o senador, o PMDB está preparado para ajudar a reconstruir o
Brasil “com outras forças políticas, com outros partidos, porque,
sozinho, o PMDB não pode fazer isso”. “Vamos estar atentos às
manifestações de amanhã. Muitos peemedebistas estarão participando nos
seus estados. Amanhã é um dia importante de cidadania. Não haverá
mudança no Brasil sem a participação popular”, acrescentou Jucá.
Para o parlamentar, a convenção do PMDB não é contra a presidenta
Dilma, mas a favor do Brasil. “Queremos criar uma nova situação, um novo
quadro para o Brasil que reverta o descrédito, a insegurança jurídica, a
falta de previsibilidade na economia, o desemprego. O Brasil está
regredindo. Temos que mudar isso. Vai ser uma grande construção política
em conjunto com a sociedade brasileira”, afirmou Jucá.
O vice-presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), voltou a
defender que o partido adote no encontro uma posição de independência em
relação ao governo Dilma, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no
Executivo. “Eu defendo a independência em relação ao governo e a
entrega dos cargos. Sempre defendi que o PMDB não pode ficar
simplesmente ocupando cargos no governo se tem uma candidatura própria à
Presidência da República em 2018.”
Raupp também comentou que é prudente esperar 30 dias para o partido
tomar uma posição em relação ao governo. “Esses 30 dias são para o PMDB
ver os lados da encruzilhada e ver que rumo vai tomar”, afirmou.
O vice-presidente da sigla ressaltou, no entanto, que a independência
é inevitável “porque na prática ela já vem acontecendo”,
principalmente, na Câmara dos Deputados. “A tendência é isso [a
independência] se intensificar e fortalecer cada vez mais”.
Durante a convenção, parlamentares discursaram e pediram a saída
imediata do partido da base aliada do governo. Muitos dos presentes na
plateia do centro de convenções onde é realizada a convenção gritaram
“Saída Já”, “Fora Dilma” e “Fora PT”.
O PMDB faz hoje convenção nacional em Brasília e deve reconduzir o
vice-presidente da República, Michel Temer, à presidência nacional do
partido. No total, 454 delegados vão eleger os membros do Diretório
Nacional, que, por sua vez, vão escolher a nova Comissão Executiva
Nacional.
Agência Brasil
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