Ministro da Justiça tem 20 dias para decidir se deixa o Ministério Público
O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta segunda-feira (14) a
ata do julgamento no qual a Corte decidiu, por maioria, que um
integrante do Ministério Público não pode assumir uma função pública,
mesmo se licenciado. Com a publicação, começa a contar nesta terça (15) o
prazo de 20 dias para que o ministro da Justiça, Wellington César Lima e
Silva, decida se quer continuar no primeiro escalão ou se vai se manter
como procurador de Justiça na Bahia. Ele terá de se posicionar
definitivamente sobre o assunto até 3 de abril.
O prazo vale também para os 21 integrantes do Ministério Público que,
atualmente, ocupam cargos em secretarias de governos estaduais e
municipais.
Na última quarta-feira (9), o plenário do Supremo entendeu que, em
razão do princípio da independência do Ministério Público, a
Constituição veda que promotores ou procuradores tenham cargos em outros
poderes. Só é permitido que os integrantes do MP assumam cargos dentro
do próprio órgão.
A decisão impede que Lima e Silva, procurador de Justiça da Bahia,
continue ministro da Justiça, a menos que ele decida abandonar a
carreira no Ministério Público baiano.
No mesmo dia em que a Suprema Corte barrou sua nomeação para o
governo, o ministro da Justiça disse, em entrevista à GloboNews, que só
decidiria se iria renunciar à carreira do Ministério Público para
permanecer no governo após conversar com a presidente Dilma Rousseff.
“O STF deu 20 dias depois da publicação. Então, eu vou conversar com a
presidente para depois tomar uma definição. Obviamente, observar
rigorosamente a decisão do STF e conversar com ela”, disse o ministro na
semana passada.
Silva afirmou ainda que, até conversar com a presidente, iria seguir à frente do Ministério da Justiça.
Em uma entrevista coletiva concedida na última sexta (11) no Palácio
do Planalto, Dilma foi indagada sobre se pedirá para Wellington Lima e
Silva permanecer no governo. A presidente ressaltou que não cabe a ela
fazer nenhum apelo e correr o risco de prejudicá-lo, na medida em que
ele já atua há 25 anos Ministério Público.
“Eu vou olhar para ele e dizer: ‘Meu querido, você decida o seu
destino de acordo com as suas convicções e com aquilo que lhe é
interessante’.
G1
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