Crise no país é 'gravíssima' diz Michel Temer em Convenção Nacional do PMDB
“Não podemos ignorar que o país enfrenta uma gravíssima crise política e
econômica. Mas não podemos deixar – e esta é a tarefa do PMDB – que os
graves problemas comprometam os ganhos sociais alcançados nos últimos
tempos”, disse Temer.
Para o vice-presidente da República, “não é hora de dividir os
brasileiros, de acirrar os ânimos, de levantar muros".
"A hora é de construir pontes e é o que o PMDB está e estará fazendo.
Sairemos daqui hoje unidos para resgatar os valores da nossa república e
reencontrar a via do crescimento econômico e desenvolvimento social”,
afirmou.
Temer citou o quadro de recessão e o aumento do desemprego. Segundo ele,
são realidades que devem ser combatidas por uma rede de “políticas de
incentivo à iniciativa privada, com estímulo à competitividade”.
A uma plateia formada somente por peemedebistas, entre parlamentares,
ministros e dirigentes estaduais, Temer afirmou que o PMDB não pode se
“abater nem perder a confiança no futuro”.
“Nosso PMDB sempre teve diversidades internas, mas, como em todas as
ocasiões, nós convergimos de que é preciso cuidar do país. Confesso que é
isso que tem nos incentivado a pregar a unidade nacional, a harmonia, a
independência dos poderes e a aliança entre o capital e o trabalho”,
afirmou.
A convenção deste sábado foi convocada para eleger a nova direção do
partido, que comandará a legenda pelos próximos dois anos.
Candidato único, Temer chegou ao evento por volta das 11h50 acompanhado
dos presidentes do Congresso Nacional e do Senado, senador Renan
Calheiros (AL); da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ); além de
ministros do partido, como Eduardo Braga (Minas e Energia), Marcelo
Castro (Saúde) e Henrique Alves (Turismo).
A primeira parte da convenção foi marcada por discursos críticos ao
governo da presidente Dilma Rousseff. Oradores defenderam o rompimento
do partido com o Palácio do Planalto, a entrega de cargos na Esplanada e
a candidatura própria nas eleições de 2018.
Ao longo do evento, foram apresentadas moções de rompimento com o
governo. A direção do partido decidiu que essas moções serão avaliadas
em até 30 dias pela nova Comissão Executiva Nacional.
José Sarney.
Ao fim do discurso de Temer, o ex-presidente e ex-senador José Sarney
foi escolhido presidente de honra do partido, apesar de parte da plateia
ter vaiado o nome dele.
Sarney, que discursou depois do vice-presidente, disse que Temer vem
exercendo sua função “com moderação, espírito de diálogo, e grande e
profundo amor ao Brasil”. O ex-presidente disse ainda que o país vive um
momento “difícil”.
Desconforto
Após a fala de Sarney, o deputado federal Carlos Marun (MS), da ala
oposicionista do PMDB, disse que havia desconforto em relação à decisão
de dar 30 dias para que o diretório decida sobre a saída do governo. Ele
questionou, ainda, se ministros peemedebistas deixariam cargos no
governo.
“Estamos desconfortáveis. Nós não nos sentimos ainda esclarecidos em
relação ao rumo que o PMDB está tomando e o prazo de 30 dias. Queremos
saber se – em sendo aceito esse prazo – o PMDB não aceitará ocupar
espaço no governo”, afirmou.
Durante o questionamento de Marun, no entanto, Temer e os principais
nomes do partido, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o
da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), deixaram o palanque do evento.
Quem deu uma resposta ao deputado foi Eliseu Padilha,
secretário-executivo do PMDB. “Vamos respeitar a vontade do plenário e
esperar os 30 dias”, afirmou.
G1
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