domingo, 7 de dezembro de 2025

Ex-governador da oposição a Maduro morre em prisão na Venezuela

Autoridades do regime afirmam que Alfredo Díaz sofreu infarto; família acredita que ele não teve acesso a atendimento médico


Alfredo Diaz, ex-governador da oposição venezuelana  • Reprodução/ Facebook Alfredo Díaz

Alfredo Díaz, dirigente político da oposição da Venezuela, morreu este fim de semana na prisão onde estava detido há uma ano. A informação foi confirmada à CNN Espanhol pela filha Alejandra María Díaz 

Alfredo Díaz, dirigente político da oposição da Venezuela, morreu este fim de semana na prisão onde estava detido há uma ano. A informação foi confirmada à CNN Espanhol pela filha Alejandra María Díaz.

O ex-governador do estado de Nueva Esparta, de 56 anos, estava detido desde novembro de 2024. Ele estava na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), conhecida como El Helicoide, para onde foi levado acusado de conspiração.

A família e os advogados de Díaz sempre negaram as acusações. Eles também afirmam que o opositor não teve direito devido processo legal e que não tinham comunicação constante com ele.

Autoridades do regime informaram que Díaz morreu após sofre um infarto, mas a família acredita que ele não teve acesso a atendimento médico.

A CNN entrou em contato com o Ministério da Comunicação e Informação da Venezuela e aguarda resposta.

Mais tarde, o Ministério do Serviço Penitenciário divulgou um comunicado confirmando a morte de Díaz. Segundo o Ministério, na manhã deste sábado ele apresentou sintomas compatíveis com infarto e foi levado a um hospital, onde morreu minutos depois.

“(Ele foi) auxiliado por seus companheiros de recinto, e imediatamente a emergência foi atendida pelo socorrista e paramédico de plantão da unidade, que prestaram o atendimento médico inicial”, disse o Ministério.

“Ele estava sendo processado, com plena garantia de seus direitos, de acordo com o ordenamento jurídico e o respeito aos direitos humanos e à sua defesa jurídica”, acrescentou — em contraste com as declarações de sua família.

Díaz, um reconhecido líder regional e dirigente do partido oposicionista Ação Democrática, foi governador de Nueva Esparta, prefeito de Mariño e vereador. Sua morte provocou reações na Venezuela.

“Confirmamos que a família de Alfredo Díaz foi notificada sobre sua morte enquanto ele estava sob custódia em El Helicoide”, disse Gonzalo Himiob, vice-presidente da ONG de defesa dos direitos humanos Foro Penal, no X. Ele pediu que a morte seja investigada “de maneira objetiva e imparcial”.

A organização defensora dos direitos humanos Provea também se pronunciou sobre a morte do dirigente oposicionista. “Condenamos uma nova morte, sob custódia do Estado, de um preso político venezuelano”, afirmou, exigindo “uma investigação imediata” sobre o ocorrido.

Em casos anteriores, o governo da Venezuela insistiu que todos os detidos no país têm seus direitos humanos e devido processo respeitados. A ditadura costuma criticar  os diversos relatórios internacionais sobre detenções arbitrárias e as denúncias de violações como “irresponsáveis, enviesadas e profundamente polarizadas”.

Reações à morte de Alfredo Díaz

Os líderes opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia lamentaram a morte de Díaz e afirmaram, em comunicado, que seu caso não é um fato isolado.

“A morte de Alfredo não é um caso isolado. Infelizmente, soma-se a uma alarmante e dolorosa cadeia de falecimentos de presos políticos detidos no contexto da repressão pós-eleitoral de 28 de julho”, disseram.

“A sua esposa Leynys, seus filhos, familiares, amigos, companheiros da Ação Democrática e a todo o povo de Nueva Esparta, enviamos nossas mais profundas condolências e solidariedade neste momento de imensa dor. Sua perda nos dói e indigna a todos”, afirmaram Machado e González Urrutia.

O dirigente opositor e líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, disse no X que “sua partida nos toca profundamente, àqueles que caminharam com ele e compartilharam a luta pela liberdade”.

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