Colômbia volta ao passado sombrio: pré-candidato Miguel Uribe Turbay morto após atentado político
SenadorMiguel Uribe Turbay a mais recente vítima da esquerda colombiana - Foto: Reprodução
Na cartilha não-oficial da esquerda latino-americana, a primeira lição parece simples: todo adversário é um inimigo, e inimigo bom… bem, você sabe o resto. Nem o “paredón” de Che Guevara ou a frieza calculada de Raúl Castro negariam essa máxima. Desde que os dois admitiram da tribuna da ONU que fuzilavam desafetos da revolução, esse “modus operandi” virou moda exportada — com filial garantida em toda a América Latina.
O script é sempre o mesmo: prender, neutralizar ou eliminar qualquer um que ouse pensar fora da caixa revolucionária. Irônico, não? Justo aqueles que vivem discursando sobre democracia e diversidade não toleram diversidade alguma de pensamento. É o dogma da contradição, elevado a arte.
Os exemplos? Muitos. Porões de ditaduras bolivarianas e atentados “não oficialmente” patrocinados contra opositores se tornaram quase tão previsíveis quanto discursos inflamados em palanques. Hugo Chávez após tentar tomar o poder na Venezuela - com um golpe tentado -, assumiu a presidência pelo voto - porém a lista de conservadores e opositores mortos cresceu mais rápido do que promessa de campanha. Maduro, herdeiro político e fiel executor do script, mantém o show macabro.
Na Nicarágua, Daniel Ortega vem superando até Mister M — o "senhor de todos os segredos", "paladino mascarado", o "mago negro das sombras" — faz desaparecer opositores e até padres católicos com um talento de ilusionista sombrio. E, claro, não podemos esquecer o Brasil: quem não se lembra daquela quinta-feira, 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, quando Jair Bolsonaro levou uma facada de um militante de esquerda? Sobreviveu, ao acesso de ira da esquerda —, mas as sequelas permanecem, com ou sem prisão domiciliar.
O caso mais recente, porém, vem da Colômbia e tem nome e sobrenome: Miguel Uribe Turbay. Senador, 39 anos, pré-candidato à presidência em 2026 e crítico feroz do presidente esquerdista Gustavo Petro. Foi baleado durante um comício, resistiu por alguns dias, mas morreu nessa segunda (11).
Uribe não era um político qualquer. Formado em Direito na Universidade de Los Andes e com mestrado em Administração Pública por Harvard. Eleito vereador de Bogotá em 2012, serviu como secretário de Governo da capital (2016–2018) e, desde 2022, era senador — o mais votado nas últimas eleições legislativas.
Carregava um peso simbólico: filho da jornalista Diana Turbay, morta em 1991 durante um resgate contra o cartel de Medellín, e neto de ex-presidente. Um inimigo político perfeito para figurar nas páginas mais sombrias da história recente. Nenhuma esquerda sobrevive sem um inimigo real ou imaginário para iludir os incaltos em sua trajetória de "tomada" do poder.
Sua morte provocou um terremoto político: acusações voaram, a polarização aumentou em todo o território colombiano, e até aliados de Petro pediram o fim da retórica de ódio. O presidente, após um pronunciamento frio, prometeu punição aos culpados. Seis suspeitos foram presos, incluindo um atirador de 14 anos — mas o cérebro por trás do crime continua nas sombras.
Enquanto isso, a Colômbia mergulha novamente na violência, com ataques coordenados por dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Farc, espalhando sangue e medo. E "nosotros" seguimos assistindo à velha "película" — aquela em que a esquerda promete amor e democracia… mas entrega bala, censura e silêncio eterno aos que ousam discordar.
Blog JURU EM DESTAQUE com GAZETA HORA 1 - Por: Douglas Ferreira
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