Declarações da Rússia, China, África do Sul e Malásia reforçam o caráter cooperativo do bloco e criticam o uso de tarifas como instrumento de coerção nas relações internacionais

A medida foi mencionada horas depois da divulgação da declaração final da cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro, que defendeu a ampliação do uso de moedas locais nas transações entre os países do grupo, além de criticar barreiras comerciais impostas por grandes potências. Embora Trump não tenha especificado quais políticas considera antiamericanas, ele já vinha, desde a eleição de 2024, fazendo críticas ao bloco, especialmente em relação à ideia de abandonar o dólar em transações comerciais. Em discursos anteriores, chegou a sugerir tarifas de até 100% contra países que deixassem de utilizar a moeda americana.
Diante da nova ameaça, o Kremlin afirmou que o BRICS “nunca foi e nunca será direcionado contra quaisquer terceiros países”. “Vimos tais declarações do presidente Trump, mas é muito importante notar que a singularidade do BRICS é ser um grupo de países que compartilham abordagens e uma visão de mundo comum sobre como cooperar com base em seus próprios interesses”, declarou o porta-voz Dmitry Peskov.
A China também reagiu, por meio de pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores. “O uso de tarifas não beneficia ninguém”, disse a porta-voz Mao Ning em coletiva de imprensa, acrescentando que Pequim se opõe ao uso de tarifas como ferramenta de coerção.
Já a África do Sul adotou um tom mais conciliador. O porta-voz do Ministério do Comércio, Kaamil Alli, afirmou que o país “não é antiamericano” e continua empenhado em negociar um acordo comercial com os Estados Unidos. “Ainda aguardamos uma comunicação formal dos EUA a respeito do nosso acordo comercial, mas nossas conversas continuam construtivas e frutíferas”, disse ele à Reuters. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que esteve com Trump na Casa Branca em maio, reforçou o posicionamento ao afirmar que o BRICS “não busca competir com nenhuma outra potência” e que os blocos globais devem ser vistos como “complementares”.
A Malásia, admitida como país parceiro do BRICS em 2024, também se manifestou. Em nota, o Ministério do Comércio do país destacou que sua política externa e econômica é independente e voltada à facilitação do comércio, e não a alinhamentos ideológicos.
Trump diz que Brasil está fazendo 'coisa terrível' com Jair Bolsonaro: 'Deixem ele em paz'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil está fazendo uma "coisa terrível" no tratamento concedido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração ocorreu em publicação do presidente americano em sua rede social, a Truth Social. "Deixem Bolsonaro em paz", disse Trump, chamando os processos judiciais contra o ex-presidente brasileiro de "perseguição".
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