Paraíba - Nos últimos anos, a ansiedade tem se destacado como um dos principais desafios emocionais entre estudantes universitários na Paraíba.
Fatores como pressão acadêmica, incertezas quanto ao futuro
profissional e mudanças no estilo de vida contribuem para esse cenário
preocupante.
Levantamentos locais evidenciam o agravamento do problema, o estudo intitulado “Prevalência de Ansiedade em Estudantes Universitários em Tempos de Pandemia”, divulgado pelo site SCiSaúde, analisou 100 universitários paraibanos e apontou que 30% apresentaram níveis graves de ansiedade, com sintomas como nervosismo constante, sensação de perigo iminente e dificuldades de concentração.
Outro estudo, publicado na revista Visão Acadêmica, avaliou estudantes concluintes de cursos da área da saúde no Alto Sertão da Paraíba e revelou que 71,4% relataram níveis elevados de ansiedade ao final da graduação. Mais de 60% disseram recorrer à automedicação para lidar com os sintomas.
A situação não é exclusiva do estado: uma pesquisa global realizada pela empresa de tecnologia educacional Chegg, revelou que dois em cada três universitários (65%), afirmam sofrer de ansiedade. O estudo mostra que o Brasil está entre os piores índices de saúde mental entre jovens, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (68%). Os dados reforçam o alerta sobre a urgência de políticas de acolhimento nas instituições de ensino superior.
Relatos reais: a ansiedade no dia a dia acadêmico
“Quando entrei na faculdade, em um período extremamente difícil da minha vida, que eu não esperava que isso acontecesse em um momento que deveria ter sido (e foi na medida do possível) feliz, perdi minha mãe, tia e uma das minhas cachorrinhas em uma sequência de 4 meses. O meio universitário carrega uma autocobrança ainda maior, já que é você por você ali, lidando com tudo: pessoas novas, professores rígidos, seminários, apresentações, aulas de campo, eventos, viagens, etc. Comigo que já vinha com isso em mim, fez minha ansiedade aparecer com força em diversos momentos. No momento, sigo com acompanhamento terapêutico e psiquiátrico e sei que dou conta sim e que tá tudo bem se permitir ser vulnerável.”, relata.
diz que enfrentou dificuldades semelhantes:
“A ansiedade sempre foi algo que me acompanhou desde o colegial até o decorrer da faculdade. Os principais impactos causados pela ansiedade em minha vida acadêmica estão relacionados ao planejamento dos estudos, principalmente em épocas de provas e trabalhos desenvolvidos pela instituição. No entanto, a ansiedade não atrapalha apenas na esfera acadêmica, mas também afeta, em certa medida, minha vida social.”, conta.
Os relatos refletem um sentimento comum entre universitários que tentam equilibrar estudos, estágio, trabalho e vida pessoal – muitas vezes sem uma rede de apoio estruturada.
Olhar profissional
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