A Praça de São Pedro está em calmaria enquanto o pontífice Francisco se recupera no hospital Agostino Gemelli

Turistas não enfrentam superlotação em Roma. Apesar das expectativas de um aumento no fluxo devido ao Jubileu da Igreja Católica em 2025, a cidade permanece tranquila. "Você abre o Instagram e só vê posts de alerta dizendo 'não vá à Roma este ano', 'adie a sua viagem. Quando soube da internação do papa fiquei mais preocupada ainda com a superlotação. Mas, pelo contrário, está tudo muito tranquilo", diz Juliana Amaral, advogada que mora no Recife e está visitando a capital italiana há cinco dias.
A internação do Papa Francisco inicialmente aumentou a peregrinação à Porta Santa. Um voluntário do Jubileu relatou que o movimento se normalizou após a segunda semana e agora Roma já vive uma calmaria.
Negócios locais não percebem impacto significativo. Uma proprietária de um negócio de souvenirs de frente para a Praça São Pedro, que prefere não se identificar, diz não perceber ainda aumento ou queda do movimento em sua loja. O mesmo acontece com Rosana Altali, proprietária da RA Turismo, agência especializada em turismo religioso. Ela relata que tem muitos grupos já agendados para o ano todo, em virtude do Jubileu, mas não vê reflexos em seu negócio, neste momento, por conta da saúde papal.
MORTE DO PAPA PODE LEVAR A RESTRIÇÕES TURÍSTICAS
Roma vive uma pequena tensão com relação a restrições turísticas caso o papa Francisco não se recupere. Em caso de morte do pontífice, igrejas e museus do Vaticano ficam fechados para visitação.
Vaticano ainda não divulgou protocolo para renúncia ou morte do papa. O UOL não obteve resposta sobre medidas em caso de mudanças na liderança papal.
Experiência anterior com Bento XVI serve como referência. Luciana Rodrigues, guia turística, relembra que durante o funeral de Bento XVI, em dezembro de 2022, os museus fecharam temporariamente e depois reabriram com horários estendidos.
Família brasileira antecipou viagem para tentar ver o Papa. Alexandre Almeida Oliveira e sua família adiantaram sua viagem à Itália, mas não conseguiram realizar o desejo de Iraci, de 86 anos, de ver o Papa.
"A minha mãe viria conosco e ela é católica fervorosa. Na primeira vez que veio à Roma, foi em uma excursão voltada para turismo religioso, mas teve problemas pessoais que a impediram de ver o papa. Dessa vez, queríamos realizar o seu sonho, reorganizei a minha agenda, minha esposa e filhos fizeram o mesmo e tentamos chegar aqui o quanto antes", disse Alexandre Almeida Oliveira, turista brasileiro em Roma.
PAPA FRANCISCO ENFRENTA LONGA E DIFÍCIL LUTA PELA RECUPERAÇÃO
O pontífice de 88 anos não foi visto em público desde que entrou no hospital. O Vaticano não deu indicação de quando ele poderá sair, ou quando poderá retomar algo parecido com sua agenda de trabalho normalmente exigente.
O caminho para a recuperação provavelmente será longo e repleto de perigos, disseram médicos. Segundo especialistas, pacientes na situação do pontífice podem passar meses em hospitais. "Já vi pacientes que passaram meses no hospital nesse tipo de situação. É claro que ele pode se recuperar, mas as chances de um resultado negativo são altas", disse o professor Christoph Lange, secretário-geral da União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares.
Ressaltando sua condição debilitada, o papa divulgou uma breve mensagem de áudio na noite de quinta-feira. Sua voz estava entrecortada, sem fôlego e difícil de entender. O Vaticano tem divulgado atualizações diárias da equipe médica do papa, quebrando tabus anteriores da Igreja ao fornecer uma avaliação detalhada e em tempo real da saúde do pontífice.
Notícias ao Minuto
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