Registro fotográfico relembra uma época em que o município de Juru, na Paraíba, era o maior produtor de algodão, cultura considerada o "ouro branco" da região
Na foto, o ex-prefeito Antônio Alves, um dos maiores compradores de algodão de Juru, Arnou Félix, Pedro Galdino e Rafael Marcolino |
O registro fotográfico acima, retrata uma época em que o município de Juru, no Sertão da Paraíba, se destacava como um dos maiores produtores de algodão da região, assim como foi o maior produtor de cenoura do estado, após a construção do Açude Timbaúba, e, atualmente, o maior na produção de batata doce.
Na foto, aparecem o ex-prefeito Antônio Alves (que, juntamente com Sebastião Severo, era um dos maiores compradores do produto no município), além do motorista do caminhão, Arnou Félix, e Pedro Galdino, um fiel escudeiro do comerciante juruense. O menino em cima da carga de algodão é Rafael, filho de Miguel Marcolino.
Na cidade, proprietários de armazéns para compra de algodão e cereais, a exemplo de Júlio Marques e Cícero Félix (avô da atual prefeita de Juru, Solange Félix), compravam a safra diretamente dos produtores rurais e a repassavam para os comerciantes maiores, uma vez que somente estes possuíam caminhões próprios para o carregamento dos produtos que seriam vendidos em outros centros comerciais.
Dessa época, cerca de 40 anos após, resta apenas a fotografia como lembrança de uma cultura que transformou a economia juruense: o algodão, considerado como o "ouro branco" pela riqueza que gerava. O município, no período da colheita, era responsável pelo carregamento semanal de cinco caminhões, em média, que transportavam o produto até à cidade de Patos onde era comercializado para beneficiamento da valiosa fibra têxtil.
A grande vulnerabilidade climática, que é uma regra geral no Nordeste, causou o processo de declínio no plantio do algodão na Paraíba, principalmente nos municípios do Sertão, dentre eles Juru.
Não bastasse a adversidade do clima, o fim do ciclo do algodão na Paraíba começa com o aparecimento da praga do "bicudo", inseto que dizimou a plantação de uma das principais atividades econômicas no Nordeste, tendo sido responsável por grande parte da geração de emprego e renda na região, chegando a ter mais de 3,2 milhões de hectares plantados na década de 1970.
Após a disseminação da praga do bicudo, que ocorreu a partir da safra 1983/1984, o cultivo do algodão foi totalmente afetado não só na Paraíba, mas no país inteiro.
Semanalmente, uma média de cinco caminhões carregados com algodão saíam de Juru para a cidade de Patos (PB), onde o produto era comercializado. |
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