Com os pleitos cada vez mais digitais, os candidatos a prefeituras se aproveitam para repercutir músicas, danças e falas polêmicas
A uma semana das eleições municipais, muitas das capitais brasileiras enfrentam corridas eleitorais difíceis e polarizadas. Com os pleitos cada vez mais digitais, os candidatos a prefeituras se aproveitam para repercutir músicas, danças e falas polêmicas para tentar conquistar votos. Entre candidatos conservadores e progressistas, a população das principais capitais tende ao lado mais conservador nas últimas enquetes. Mesmo com os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores tem presença tímida nas pesquisas Quaest e Datafolha de intenções de votos.
Na cidade com o maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo, o candidato do PRTB, ex-coach Pablo Marçal, lidera a competição do engajamento, registrando mais de 46 milhões de interações nas redes sociais entre o período de 16 a 22 setembro. Segundo a pesquisa feita por Datafolha e Codecs, Guilherme Boulos, do PSol, ocupa a segunda posição de engajamento na capital, mesmo mais que dobrando as interações em relação a semana anterior, registrou cerca de 1,8 milhão na internet.
Mesmo assim, Marçal aparece em terceiro nas pesquisas. Segundo a última pesquisa do Datafolha, Ricardo Nunes (MDB) tem 27% das intenções de voto, Boulos tem 25% e Marçal tem 21%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Em Belém, o bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL) é o líder na popularidade digital, apesar de estar atrás nas pesquisas de intenção de voto para o candidato do MDB, Igor Normando. A candidatura do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro aposta nas redes sociais e lidera o Índice de Popularidade Digital (IPD), com 79 pontos, de acordo com a pesquisa que recebe consultoria da Quaest.
A direita aparece dominando as redes sociais nessas eleições em vários estados, utilizando estratégias que vão desde grupos para produção de cortes até a viralização de jingles em plataformas de vídeos curtos e grande divulgação. No entanto, em Recife (PE), João Campos (PSB), filho de Eduardo Campos, é um candidato voltado ao lado progressista que consegue juntar o digital e as intenções de voto. De acordo com o Datafolha, Campos está com 76% na pesquisa estimulada de 19 de setembro. Somado a isso, o candidato tem mais de 3 milhões de seguidores no Instagram e engajamento oito vezes maior que a soma dos rivais Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (Cidadania).
Em Porto Alegre (RS), Vitória (ES), Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e Teresina (PI), o Partido dos Trabalhadores enfrenta, em segundo lugar, a corrida para Prefeitura. Na capital do estado que protagonizou uma das piores tragédias ambientais do ano, Porto Alegre, o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), lidera muito à frente da candidata da segunda posição, Maria do Rosário (PT), com 42% a 24% de intenção de votos, segundo a pesquisa Quaest (17/09). Em Vitória (ES), a situação do partido é ainda pior, com João Coser (PT) que, mesmo em segundo lugar na pesquisa Quaest (18/09), apresentou 15% de intenção de voto, em comparação com o candidato do Republicanos, Lorenzo Pazolini, com 53%.
No entanto, em Fortaleza (CE), a corrida é mais acirrada para o partido. O candidato do PT, Evandro Leitão, está tecnicamente empatado com o maior influencer do TikTok nas eleições municipais, André Fernandes, do Partido Liberal. Leitão pontuou 25% de intenção de voto contra os 27% de Fernandes, considerando a margem de erro de 3 pontos porcentuais, de acordo com a pesquisa do Datafolha (25/09). Em Goiânia, a situação é parecida para os candidatos Sandro Mabel (União Brasil) e Adriana Accorsi (PT). O empresário Mabel lidera com 24% de intenção de voto, contra 22% de Accorsi, o que os deixa tecnicamente empatados.
Na capital do estado do Piauí, Teresina, mais uma vez o União Brasil e o PT se enfrentam nos primeiro e segundo lugares das intenções de voto. Silvio Mendes (União Brasil) lidera a pesquisa Quaest (16/09) com 44% de intenção, o que coloca o candidato Fábio Novo (PT) logo atrás, com 40%. Mesmo com a corrida acirrada em alguns estados, o PT não lidera as intenções de voto em nenhuma capital brasileira, de acordo com as pesquisas citadas.
Correio Braziliense - Maria Beatriz Giusti e Pedro José (Estagiários sob a supervisão de Andreia Castro) - postado em 29/09/2024 03:55
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