Comparado a Donald Trump e a Jair Bolsonaro, o economista ultraliberal Javier Milei é eleito presidente da Argentina
O
economista ultraliberal Javier Milei, do partido A Liberdade Avança,
venceu, neste domingo (19), a eleição para a Presidência da Argentina.
Com 89,98% das urnas apuradas, Milei tem 55,89% dos votos, contra
44,10% de Sergio Massa, ministro da Economia e candidato governista.
Com
44,04%, Sergio Massa, candidato da coligação governista e atual
ministro da Economia, reconheceu a vitória de Milei em discurso. Milei
tomará posse em dezembro para 4 anos de mandato.
A vitória de Milei foi uma virada, já que no primeiro turno Milei ficou em segundo lugar, atrás de Massa.
Aos
52 anos, Milei será o 52º presidente do país e terá que enfrentar a
pior crise econômica em décadas, com a maior inflação em mais de 30
anos, dois quintos da população vivendo na pobreza e forte
desvalorização cambial. Desafios agravados por uma dívida externa
bilionária e pela falta de reservas internacionais.
Durante a
campanha, ele encampou propostas radicais para atacar esses problemas,
como promover a dolarização da economia Argentina e acabar com o Banco
Central do país.
Quem é Javier Milei
Economista de formação,
Milei se promove como um nome de fora da política tradicional que diz
querer combater o que chama de “casta política” da Argentina.
Antes
de se aproximar da política, ele atuou no setor privado, trabalhando em
banco e em uma empresa que administrava aposentadorias e pensões. Também
chegou a atuar como economista-chefe da Fundação Acordar, ligada ao
peronista e ex-candidato à Presidência Daniel Scioli.
Professor universitário, Milei só se tornou mais conhecido do público argentino ao passar a ser convidado para falar em programas de rádio e, especialmente, TV.
Em
2021, com um discurso inflamado “contra tudo e contra todos”, venceu
sua primeira eleição para o cargo de deputado federal por seu partido A
Liberdade Avança, fundado no mesmo ano.
Costuma ser comparado por
analistas políticos ao ex-presidente americano Donald Trump e ao
ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
A vida pessoal de Milei se
tornou assunto na campanha com a publicação de uma biografia não
autorizada pelo jornalista Juan Luis González, que mostra a relação do
economista com o esoterismo depois da morte do cachorro dele, Conan, em
2017.
Milei clonou o animal e procurou formas de falar com ele após a
morte. Amigos e conhecidos dizem que ele também se diz capaz de falar
com economistas mortos.
Hoje, são quatro cachorros, todos mastins
ingleses que pesam 90 quilos, segundo a imprensa argentina: Murray,
Milton, Robert e Lucas. Milei costuma dizer que eles são “seus filhos de
quatro patas” e ainda se refere a Conan, como quando discursou após
vencer as prévias. “Obrigado, Conan, Murray, Milton, Robert e Lucas”,
disse Milei em 13 de agosto.
Os nomes dos cachorros homenageiam
economistas que Milei admira: Murray Rothbard, Milton Friedman e Robert
Lucas. Já o nome de Conan é uma referência ao filme “Conan, o Bárbaro”,
de 1982.
Governabilidade
No pleito legislativo deste ano, o partido de Milei, A Liberdade
Avança, foi o que mais cresceu, saltando de três deputados e nenhum
senador para 38 deputados e oito senadores.
No dia 22 de outubro, os
argentinos votaram no primeiro turno das eleições presidenciais e
também para renovar 130 cadeiras das 257 na Câmara dos Deputados, e 24
cadeiras das 72 no Senado.
Na nova legislatura, a sigla de Milei se
tornará a terceira maior bancada do Congresso, atrás da coligação
peronista de Sergio Massa, que conta com 108 cadeiras da Câmara, e da
coalizão de centro-direita representada no primeiro turno pela
ex-ministra Patricia Bullrich, que ficou com 93 deputados.
Somados, os partidos de oposição ao peronismo (Liberdade Avança e Juntos pela Mudança) têm mais deputados do que a bancada do União pela Pátria.
Fonte: G1 - Créditos: Polêmica Paraíba - Publicado por: Suedna Lira
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