terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Qual é o tamanho mínimo de um órgão genital masculino?

Saiba com quantos centímetros o membro masculino pode ser considerado um micropênis

Por Augusto Dala Costa | Editado por Luciana Zaramela

Charles Deluvio/Unsplash
Charles Deluvio/Unsplash

Micropênis é o nome que se dá à condição caracterizada por um órgão genital masculino de tamanho muito inferior à média, geralmente diagnosticado no nascimento, mas também com casos notados apenas na vida adulta. Embora menor, as funções do pênis costumam não sofrer disfunções, mantendo a aparência geral, função e estruturas, mas podendo, no entanto, desempenhar menos fertilidade.

Mas qual é o tamanho mínimo para entrar na classificação? Há algumas controvérsias na literatura, já que diferentes pesquisas tomam médias diferentes, mas considerando estudos mais completos — como o de 2014 da revista Sexual Medicine, que incluiu 15 mil homens de 17 a 91 anos —, a média peniana é de 13,24 cm, ereto: como o micropênis é definido como sendo 2,5 desvios-padrão abaixo do considerado normal, isso seria 9,32 cm ou menos. Outros estudos consideram 4 cm flácido e 7,5 cm ereto.

A preocupação com o tamanho do pênis afeta muitos homens, mas a medida para um micropênis pode ser menor do que se imagina, ficando abaixo de 9,3 cm ou 7,5 cm, em algumas médias - (Imagem: charlesdeluvio/Unsplash)

Diagnósticos de micropênis

Para que a identificação e o tratamento do micropênis sejam efetivos, o ideal é verificar sua ocorrência quando o indivíduo ainda é um bebê. Nesse caso, a média de tamanho fica entre 2,8 cm a 4,2 cm, então um micropênis teria menos de 1,9 cm. Caso o pênis fique entre 1,9 cm e 2,8 cm até os 9 anos de idade, o tamanho é considerado menor do que a média, mas não seria um micropênis.

Já entre 9 a 10 anos, a média de tamanho fica em 6,3 cm, levando à medida de 3,8 cm ou menos para ser considerado um micropênis. Qualquer medida entre as duas é menor que a média, mas não é anormal. Para a medição, o método é esticar gentilmente o órgão e medir seu comprimento da ponta à base, o mais próximo possível do corpo.

O micropênis é uma ocorrência rara, afetando 0,6% dos homens em todo o globo, ou seja, ocorrendo em 3 a cada 20 mil nascimentos. Uma condição que pode ser confundida com esta é a do pênis embutido, quando crianças ou pré-adolescentes apresentam uma área pubiana incomumente gordurosa, "escondendo" o órgão entre dobras de pele.

Isso também pode acontecer quando o escroto fica mais alto do que o normal e a aparência "escondida" do pênis faz parecer que este seja muito pequeno. A condição pode ser resolvida com cirurgia ou mudança de hábitos, já que costuma estar relacionada com obesidade. Em homens mais velhos, o enfraquecimento de músculos pélvicos também pode fazer com que o pênis retroceda na púbis.

O pênis é formado ainda no feto, e problemas hormonais como no hipotálamo ou hipófise podem fazer com que o bebê nasça com micropênis — condição não é adquirida posteriormente em nenhum caso - (Imagem: vladimirzotov/envato)

Tratamentos para o micropênis

Para tratar a condição, o ideal é que a intervenção ocorra o mais cedo possível, já que os hormônios utilizados são mais efetivos na infância. O tratamento pode ajudar na autoestima e auto-confiança na idade adulta e aumentar as chances de ter uma vida sexual mais satisfatória, já que o micropênis é fonte de grande preocupação e paranoia para muitos homens.

O estímulo do crescimento peniano é realizado com a aplicação de testosterona, verificando a resposta do órgão. O hormônio pode ser aplicado por injeções, gel ou soluções tópicas diretamente no pênis. Embora seja efetivo na infância, há menos evidências de que a aplicação de testosterona tenha eficácia na puberdade ou vida adulta.

Outra opção é a faloplastia, uma cirurgia plástica peniana mais comum em adolescentes e adultos realizada quando o tratamento hormonal não é efetivo. A cirurgia mais comum é a do corte do ligamento suspensor, que alonga o pênis em até 2 cm em estado flácido, melhorando a aparência, mas não influenciando no tamanho do órgão quando ereto. Próteses com bombas penianas ou extensores também podem ser instaladas.

Há, no entanto, riscos associados a tais procedimentos, como complicações do trato urinário e disfunção erétil, além de outros problemas. Na secção do ligamento suspensor, por exemplo, a elevação natural do pênis pode ser perdida no estado ereto. Alguns médicos consideram que o ganho em tamanho não compensa os riscos envolvidos na cirurgia.

Procedimentos raramente são necessários no tratamento do micropênis, que já é uma condição pouco usual: aceitação e saber como lidar com o órgão são soluções mais efetivas - (Imagem: Deon Black/Unsplash)

Aceitação corporal

Parte do que torna o micropênis um problema real são questões culturais: nas reproduções midiáticas e costumes sociais, o tamanho do pênis é associado à virilidade e masculinidade de forma exagerada, o que leva os homens a crer que só poderão dar prazer, em relações heterossexuais, caso tenham um pênis grande.

De acordo com estudos, o tamanho médio de uma vagina excitada é de 10 cm, chegando a 14 cm durante a penetração, mas há de se levar em conta que a área mais sensível do órgão sexual feminino é a externa, onde fica o clitóris e o Ponto de Grafenberg (Ponto G), embora este último conceito seja contestado na ciência.

Muitas mulheres, inclusive, só atingem o orgasmo através de estímulos clitorianos, e pênis grandes demais são considerados incômodos, já que podem comprimir o colo do útero. A circunferência seria mais importante do que o comprimento, neste caso: segundo estudos, a média de circunferência do pênis fica entre 9,3 cm enquanto flácido e 11,6 quando ereto.

De acordo com urologistas, a maioria dos pacientes que procuram profissionais com reclamações acerca do tamanho do pênis acabam orientados a não realizar procedimento algum, mas sim buscar acompanhamento psicológico. O prazer nas relações está mais relacionado a carícias preliminares e intimidade na hora do sexo, sendo mais importante se desfazer de noções culturais e estereótipos errôneos do que buscar supostas correções para problemas que, na verdade, não existem.

Fonte: IUN Urologia, Healthline, Instituto Cavalcanti, Sexual Medicine

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