Superior Tribunal de Justiça (STJ) liberta 'Gatinha da Cracolândia' condenada por tráfico
De acordo com a denúncia, o entorpecente estava embalado de forma unitária e pronto para venda. Na ocasião, os investigadores apontaram que ela era conhecida na região como Gatinha da Cracolândia.

© Reprodução / Instagram
FRANSCICO LIMA NETO - SÃO
PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A influenciadora digital Lorraine Cutier Bauer
Romeiro, 19, deixou a prisão após conseguir um habeas corpus no STJ
(Superior Tribunal de Justiça). Ela foi condenada a cinco anos de prisão
por tráfico de drogas na cracolândia, no centro de São Paulo.
Na
última terça-feira (13), a Sexta Turma do STJ atendeu pedido da defesa e
estendeu a ela os efeitos de habeas corpus conseguido por outro réu. A
prisão deve ser substituída, segundo a decisão, por medidas cautelares a
serem fixadas pelo Juízo de Direito da 2ª Vara de Crimes Tributários,
Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.
A advogada que a representa foi procurada, mas as ligações não foram atendidas.
Lorraine
foi presa em 30 de junho do ano passado na rua Helvetia, em Santa
Cecília, com dez embalagens unitárias de cocaína, seis de maconha e dez
pedras de crack escondidas em suas roupas íntimas, segundo consta no
processo.
De acordo com a denúncia, o entorpecente estava
embalado de forma unitária e pronto para venda. Na ocasião, os
investigadores apontaram que ela era conhecida na região como Gatinha da
Cracolândia.
Ainda segundo o processo, ao ser interrogada em
juízo, a influenciadora negou a acusação de tráfico de drogas. Conforme
os autos, ela afirmou que apenas acompanhava o namorado que trabalha na
região da cracolândia, quando saiu correndo durante uma operação
policial, pois nunca havia passado por uma situação como aquela.
Policiais
militares que fizeram a prisão disseram que avistaram a influenciadora,
que já era conhecida por fotos feitas pela Guarda Civil Metropolitana,
no meio do fluxo de usuários de drogas. Segundo a PM, Lorraine
permaneceu em silêncio na ocasião e tinha drogas escondidas no sutiã e
na calcinha.
A
policial militar que fez a prisão afirmou à Justiça que dava auxílio à
GCM para limpeza da região, com a migração do grupo de pessoas de um
local para o outro, "quando notou a ré andando no fluxo livremente,
demonstrando certa hierarquia" e que "eles abriam caminho para ela".
O
magistrado afirmou na sentença que a influenciadora não apresentou
nenhuma testemunha que pudesse confirmar sua versão dos fatos, nem mesmo
o ex-namorado. "Seu relato encontra-se isolado no contexto probatório
com o qual, aliás, colide frontalmente."
A advogada Patricia
Aparecida Teixeira de Araújo Carvalho afirmou, à época, que ia recorrer
da condenação e buscar redutores de pena. Segundo ela, o juiz, entre
outras coisas, não levou em consideração a quantidade mínima de drogas
citadas na ação.
Também vai recorrer da multa de R$ 50 mil
aplicada pelo juiz. "Ela não trabalha e não se pode alegar que é de
família de empresários, porque a pena é dela", disse a advogada.
Segunda prisão
Menos
de um mês depois da operação na cracolândia, Lorraine foi presa
novamente, em 22 de junho de 2021, em Barueri, na Grande São Paulo.
Os
investigadores encontraram a jovem na casa de seu companheiro, no
Jardim Timbauhy - o homem já havia sido preso por tráfico anteriormente.
Segundo a Polícia Civil, mais de 400 porções de crack, cocaína, maconha e
ecstasy, além de quase cem frascos de lança-perfume, foram apreendidas
no imóvel.
Lorraine também foi detida. Ainda de acordo com a
versão policial, a jovem indicou que drogas eram armazenadas em prédio
invadido na rua Helvetia, no centro de São Paulo. Lá, os agentes afirmam
ter apreendido uma mochila com 85 porções de maconha, 295 de cocaína e 8
de crack.
Também foram localizados 97 frascos de
lança-perfume, 16 comprimidos de ecstasy, R$ 750 em dinheiro, uma
balança de precisão, uma faca, um machado e um celular. "Ela foi
absolvida neste caso", diz a advogada.
Policiais ouvidos pela
reportagem na época apontaram que ela seria arrendatária de uma barraca
de drogas, na qual pagava por semana à facção criminosa PCC (Primeiro
Comando da Capital) entre R$ 3.000 e R$ 5.000, ainda segundo a
investigação. Por mês, ela poderia ter faturado até R$ 500 mil com a
venda de drogas, de acordo com estimativas da polícia.
Lorraine sempre negou ser
responsável por tráfico de drogas. Ela chegou a ter mais de 36 mil
seguidores em seu perfil no Instagram.
Notícias ao Minuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário