quarta-feira, 12 de outubro de 2022

História da segunda maior cidade da Paraíba

Campina Grande, maior cidade do interior da Paraíba, completa 158 anos de Emancipação Política com muita poesia, cultura e desenvolvimento

Poesia, progresso e arte. “Ó linda flor, linda morena Campina Grande, minha Borborema”. Os versos do poeta traduziam um sentimento que aflorou ao longo dos anos.  Campina Grande cresceu, como previu o poeta. Se tornou uma das mais importantes cidades do Nordeste. Referência nas saúde, educação e tecnologia.

E quem te viu e quem te vê, não te conhece mais, de tão bonita, tão mudada, muito bem organizada, cheia de cartaz “., como cantou Jackson do Pandeiro na música “Alô Campina Grande”.

Nascida em berço de ouro branco e enquanto estratégico ponto comercial dos tropeiros, a antiga Vila Nova da Rainha completou nesta terça-feira, (11) seus 158 anos de emancipação política. 

Erguida no alto da Serra da Borborema, a segunda maior cidade do Estado da Paraíba, chega aos 158 anos com muita história para contar, desde a chegada da luz elétrica, do trem e do apogeu do ciclo do algodão, e dos tropeiros.

Sempre na vanguarda, a Campina de outrora surpreende. Do crepúsculo a aurora está sempre em movimento numa jornada épica. Retratada em poesia, melodia e canções.

A Campina do açude Velho, do açude de Bodocongó, onde a paraibana Elba Ramalho foi feliz no “seu barquinho de um remo só”, do Parque Evaldo Cruz e das Praças da Bandeira, Clementino Procópio.

A cidade de povo hospitaleiro, que recebe turistas e ao seu visitante trata com carinho, conforme cantou Jackson. Quando compôs essa música, o “rei do ritmo” não tinha noção, que no futuro não tão distante, Campina iria se transformar numa das cidades mais importantes do País, impulsionada pelo Maior São João do Mundo, pelo seu parque tecnológico, pelas universidades públicas e privadas, pela a sua vocação para a comercio, e tantos outros atrativos. 

E o que dizer “Tropeiros da Borborema”. A música de Rosil Cavalcanti e Raymundo Asfora, e que ficou imortalizada na voz de Luiz Gonzaga, retrata a alma da Rainha da Borborema. No estalo do relho, no lombo dos burros, a Campina se desenvolveu. De acordo com os historiadores o crescimento de Campina se deu em parte, graças a estes comerciantes ‘nômades’, transportando suas cargas em lombos de jumento por todo o Nordeste e parando obrigatoriamente na Rainha da Borborema, que o município se desenvolveu como uma das principais cidades do interior do país. 

A partir destas viagens pelo Nordeste, cruzando Bahia, Pernambuco e Ceará, tomando a região no interior da Paraíba como parada principal, iniciou-se a aglomeração de pessoas que deu início à antiga vila e posteriormente ao município de Campina Grande. É também ao redor do Açude Velho, principal cartão postal da cidade, que essa história demonstra a cada dia a evolução e verticalização da cidade. 

A cidade que é referência econômica, cultural, histórica, tecnológica e educacional fica a 120 km de João Pessoa e possui mais de 400 mil habitantes, é destaque na educação. São mais de 20 universidades ou faculdades oferecendo cursos em Campina Grande e uma das maiores concentrações de pesquisadores com doutorado do País, o que acaba se traduzindo em mais avanços, tecnologia e inovação para a nossa cidade. Destaque para a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 

A cidade foi fundada em 1º de dezembro de 1697, tendo sido elevada à categoria de cidade em 11 de outubro de 1864, de acordo com a Lei Provincial de Nº 137., há exatos 158 anos. 

Cidade moderna e futurista e, ao mesmo tempo, firmada em elementos do passado, Campina Grande completa mais um ano, lembrando de coisas boas que ficaram para trás como bem cantou João Gonçalves na música “Campina de Outrora” Como esquecer do “ponto Central e do bar Petrópolis, do tempo da burra do Café São Braz, Não dá para esquecer  Hilton Mota, do Velho Gaúcho e Natércio Godói, do bate-papo de Cristino Pimentel, Rosil Cavalcanti, de Zé, Bezerra, de Raul Pequeno, de Hibraim Ramade e de Ronaldo Elói? 

O crescimento vertiginoso da Rainha da Borborema é fruto do espírito de luta do seu povo. Conhecida como “A Rainha da Borborema”, Campina, se tornou em um dos principais polos industriais da Região Nordeste bem como um dos maiores polos tecnológicos da América Latina, além de “Berço do Saber” para vários paraibanos de outras cidades e também de pessoas de outros estados e até de outros países. Um polo de excelência na produção de softwares, entre outros produtos que a tornam referência industrial

Como polo tecnológico, Campina exporta profissionais de tecnologia da informática para trabalhar em empresas como Microsoft, Google e diversas outras multinacionais. 

De acordo com o historiador Gervásio Aranha, a cidade viveu seis importantes fatos que foram decisivos para o seu crescimento. Ele enumera a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo em 1697 e o consequente, aldeamento; a emancipação política em 1864; a saga dos Tropeiros; a conquista da luz elétrica que impulsionou o progresso; a chegada do trem em 2 de outubro de 1907, e o ciclo da cultura e do algodão. 

De acordo com o historiador, os tropeiros, que inspiraram a música “Tropeiros da Borborema”, tiveram papel importante. Estes comerciantes ‘nômades’,, transportavam suas cargas em lombos de jumento por todo o Nordeste e paravam obrigatoriamente na Rainha da Borborema, por ser um município estratégico. No estalo do relho, Campina Grande se desenvolveu como uma das principais cidades do interior do país.

Até 1940, Campina Grande era a segunda maior exportadora de algodão do mundo, atrás somente de Liverpool, na Inglaterra. De lá pra cá, a economia e as características do comércio de algodão mudaram, mas a cidade manteve-se na vanguarda ao desenvolver em parceria com a Embrapa um produto ecologicamente correto: o algodão colorido orgânico.

Produzido organicamente nos tons marrom, verde, rubi e branco tradicional, o algodão colorido conquistou o mercado nacional e internacional e ganhou o selo de indicação geográfica, o que garante a procedência do produto e a qualidade com que ele é produzido.

Terra do Maior São João do Mundo, Campina se destaca por suas praças e monumentos, que contam detalhes de uma das mais aconchegantes cidades do País. Quem caminha pelas ruas da Rainha da Borborema, respira a poesia que a cidade declama nas entrelinhas dos versos que protagoniza.

Campina do Açude Velho com suas inseparáveis estátuas do centenário que faz alusão ao índio, a catadora de algodão e ao tropeiro; do Parque do Povo, do Parque Evaldo Cruz, do Teatro Municipal Severino Cabral, da Feira Central, da avenida Maciel Pinheiro e do Calçadão da Cardoso Vieira, a Praça Clementino Procópio entre outros monumentos.

Sob o signo do desenvolvimento e do progresso, Campina Grande chega aos seus 158 anos como cidade de vanguarda.  Entre a riqueza do passado, e a memória de seus desbravadores, ela fixa os olhares para o futuro, sempre reservado para o seu povo, as oportunidades para superar crises, vencer desafios e recomeçar na busca por novos sonhos. 

Os monumentos são a cara de Campina. Que diga o Açude Velho, onde todos os dias, desde a aurora ao pôr do sol, muitos campinenses caminham em volta do cartão postal.

Construído com o objetivo de suprir a necessidade hídrica da cidade em uma época de seca, o Açude Velho tomou forma em 1824. Ele abasteceu Campina Grande e municípios vizinhos por cerca de 100 anos.

Aos poucos foi se tornando um dos cartões postais da cidade. O entorno do reservatório é um recanto para a arte. Nele, estão presentes os monumentos do Pioneiros, em homenagem à Bíblia e aos artistas Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.

Os museus Digital de dos Três Pandeiros também estão situados nos arredores do açude, que se tornou lugar de encontro, para a prática de atividades físicas, movimentação comercial e o coração da cidade. 

Antes de ser comemorado no Quartel General do Forró, o São João de Campina Grande era celebrado nas ruas da cidade. Com o passar do tempo, a festa foi centralizada no local, que era um terreno conhecido como “coqueiros de José Rodrigues”.

O Parque do Povo, como é conhecido hoje, começou a ser erguido em 1986. A Pirâmide foi a primeira construção, com a proposta de imitar uma fogueira e ser chamada de “Forródromo”. Mas, o formato não casou com o nome. Por isso, o local ficou conhecido mesmo como a “Pirâmide do Parque do Povo”.

Feira Central

Reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil, a Feira Central de Campina Grande começou as atividades entre a rua Maciel Pinheiro e a Catedral Nossa Senhora da Conceição. O comércio funcionava apenas aos domingos. Cereais, rações e algodão faziam parte das mercadorias comercializadas na feira, que somente em 1941, se fixou no local onde fica hoje. Desde então, se mantém como um dos principais mercados abertos do país.

A Feira é um grande museu popular que preserva costumes, tradições e a as raízes nordestina.  E o que dizer da Praça da Bandeira, onde até presidente já discursou.  Construída em 1938, a Praça da Bandeira perdeu algumas características de sua construção, como o lago em formato de meia lua. Mas, deu espaço para novas paisagens enfeitadas pelas aves que visitam os pombais do espaço.

Em época de efervescência política, foi palanque para políticos, mas também para declamações de poetas. A finalidade do equipamento, no entanto, faz jus ao nome, o hasteamento de bandeiras. 

Conhecida por alguns anos como oráculo da cidade, a praça também conta com uma cafeteria, onde o assunto político não tem hora para acabar. Já a suavidade das narrativas, fica por conta das revistas que são vendidas. A Campina do Calçadão da Cardoso Vieira, do Teatro Municipal Severino Cabral, do Parque da Criança.

Localizada a 133 km da capital João Pessoa, o município sedia ainda variados eventos culturais, destacando-se os festejos de São João, que acontecem durante todo o mês de junho, “O Maior São João do Mundo”, o Encontro da Nova Consciência, o Festival de Inverno, entre outros eventos turísticos. 

Para celebrar os 158 anos de emancipação política de Campina Grande, a Banda Marcial da Escola Estadual Anésio Leão (Estadual da Palmeira) se apresentou nesta terça-feira (11) às 7h no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) no Açude Velho e às 16h30 foi a vez da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba também no MAPP, saudando o pôr do sol do Açude Velho.

A ação foi promovida pelas Secretarias estaduais de Educação, Segurança e de Turismo e Desenvolvimento Econômico com apoio do MAPP e UEPB. 

Severino Lopes - PB Agora

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