sábado, 6 de agosto de 2022

Paraíba pode ter seus dois primeiros santos naturais do Estado

CATÓLICA E ORTODOXA: Paraíba pode ter dois santos de igrejas diferentes nascidos no Estado; conheça Dom Vital e Margarida Maria Alves e entenda o processo

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A Paraíba pode ter seus dois primeiros santos naturais do Estado de igrejas diferentes. Trata-se de Dom Vital e Margarida Maria Alves, pela Igreja Católica Apostólica Romana e pela Igreja Ortodoxa Autônoma Greco Brasileira, respectivamente.

Nascido em 1844, em Pedras de Fogo, Dom Vital desde criança esteve envolvido com as atividades religiosas. Segundo a Arquidiocese, ele encontrou o exemplo em casa – tanto na mãe, Antonia Albina de Albuquerque, quanto no pai, Antônio Gonçalves de Oliveira. Eles eram católicos fervorosos. A história revela que Antônio (nome de batismo) teve contato com o frei Serafim de Catânea, que passou pelo município e foi o construtor do santuário que fica no centro de Pedras de Fogo. É daí que vem a vocação franciscana.

Vale lembrar que durante o período em que o Bispo esteve à frente da Diocese de Olinda – de 1872 a 1878 – a Paraíba e mais 3 estados faziam parte da Cúria olindense.

A causa de Beatificação encontra-se na fase final, da redação da Positio e o responsável no Brasil, o frei Jociel Gomes, esteve em Roma “para melhor guiar o processo que pode fazer surgir o primeiro Santo da Paraíba”, afirmou a Arquidiocese. A ele são atribuídos diversos milagres enquanto estava vivo. Para ser santo, precisa ter comprovado um milagre que aconteceu após sua beatificação.

Em Julho, a cidade natal de Dom Vital inaugurou uma estátua em sua homenagem e também celebrou os 150 anos da consagração episcopal de Dom Vital.

O nome de Margarida Maria Alves já foi aprovado e deve ser canonizado em agosto do próximo ano pela Igreja Ortodoxa Autônoma Greco Brasileira.

A Igreja Ortodoxa defende seu nome à canonização por ela ter defendido pessoas humildes, ter enfrentado fazendeiros poderosos, encampado luta pelo direito dos trabalhadores, fim da exploração dos camponeses, a reforma agrária, além de não ter usado a violência para colocar em prática suas ações, conforme explica a Igreja.

Margarida Maria Alves era declaradamente católica apostólica romana, inclusive foi membro da Comissão Pastoral da Terra, estava frequentemente nas missas, e teve em um padre, um incentivador para que ela fosse candidata a presidente do Sindicato. “Não importa pra gente se ela foi católica, não é um fator principal. Aliás, isso é bom, por ela ter um vínculo com a religiosidade. O que nos importa é que ela se orientou por sua fé e a colocou a serviço de todos. A experiência que ela tomou em vida, pra nós dá pra igreja ortodoxa, é um avanço, uma aproximação com a cultura, com a espiritualidade é um exemplo pra muitos”, declarou ao Jornal União, o bispo ortodoxo Vladyka Patrivius Maxiumas, responsável pelo processo.

Morte

A sindicalista foi assassinada em 1983 na sua cidade natal, Alagoa Grande, Brejo paraibano, na presença do marido e do filho, com um disparo de espingarda no rosto. Margarida marcou sua época por lutar contra a violência no campo.

O crime que teve repercussão internacional com denúncia encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), no entanto, não teve nenhum acusado responsabilizado pela morte da sindicalista.

O nome e história de luta sindicalista e defensora dos direitos humanos brasileira, de Alagoa Grande, foram inspiração para a “Marcha das Margaridas”, manifestação realizada desde 2000 por mulheres trabalhadoras rurais do Brasil.

Polêmica Paraíba - Publicado por: Gerlane Neto

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