segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Feliz aniversário (In Memorian)

Nesta segunda-feira, 22 de agosto, o meu saudoso pai, Antônio Luiz Leite, se no nosso convívio ainda estivesse completaria 93 anos de idade

Hoje é um dia que a sua memória está mais presente e viva em nossos corações, é um dia em que fazemos orações e pedimos pela sua paz.
Lembrando dele ao meu modo, em vez de assoprar velinhas e cantar parabéns, hoje eu à noite eu fui ao cemitério acender velas em seu túmulo.

Por Geraldo Luiz

Hoje, 22 de agosto, é impossível não se deixar levar pela saudade do meu amado pai, Antônio Luiz Leite, mas sei que ele não gostaria de ver as caras de sua prole tristes por sua causa. 

Há 35 anos, ele cumpriu sua missão aqui na Terra e partiu. Prefiro, no entanto, recordar do meu saudoso pai pela formação e pelo exemplo que ele deu para seus filhos, bem como pelos momentos felizes - e muitas vezes difíceis - que passamos juntos.

Criar dez filhos, naquela época, não foi tarefa fácil para um 'homem da roça' que só veio aprender a ler e assinar o nome quando eu e o meu irmão mais velho o ensinamos. Mesmo assim, a todos ele deu condições de estudar, inclusive em Recife, capital de Pernambuco, quando aqui na região não tinha sequer curso secundário para oferecer. Portanto, só não cursaram uma universidade aqueles que não quiseram. Eu, pelo menos, cursei três, e alcancei a pós-graduação em uma. 

Antes, porém, eu e Manoel, fomos 'formados' no roçado, arando terra e plantando milho, feijão e algodão, entre outros afazeres, como fazer também a limpa do mato e a colheita da lavoura. Esses serviços braçais eram realizados no sítio Travessão, zona rural onde nasci e de onde saímos para o interior do Paraná. Fomos levados pelos meus pais em um caminhão pau de arara, um meio de transporte irregular que ainda é utilizado no Nordeste do país. 

Ao meu pai, devo essa minha 'primeira faculdade', onde aprendi a trabalhar e valorizar a vida, condição que me permitiu tornar-me financeiramente independente mesmo ainda na menor idade. A ele devo ainda o incentivo para seguir os seus passos e sucedê-lo na carreira política, tendo sido eleito vereador, presidente da Câmara e vice-prefeito, além de ter governado a minha cidade, um sonho que ele não viu realizar, mas que lá 'do andar de cima' ficou envaidecido.  

Assim como em todos os outros dias, o dia do aniversário dele será sempre lembrado, não importa que ele tenha partido precocemente deste mundo, mas, sim, que se mantém presente sempre. Sabemos, pois, que a morte é o destino de todos e ninguém lhe pode escapar. Na hora do adeus final somos todos iguais, choramos e sentimos profunda dor, além de eternas saudades por ela causada.  

Conforta-me saber, que, apesar de provocar perdas irreparáveis, há algo que a morte não pode, que é apagar das mentes e dos corações o amor e a lembrança daqueles que ela nos rouba. Assim, quem realmente é amado jamais morre, jamais desaparece completamente. Sua memória prevalece na nossa memória e pode atravessar gerações mesmo depois de nos deixar.

Por falar em gerações, uma criança chorava copiosamente no sepultamento do meu pai. Era a minha primogênita, Georgea, a primeira netinha dele, de dois aninhos apenas, que pedia para não jogarem terra no caixão que lhe encerrava. Hoje, já são tantos os netos que não dá para contar, principalmente os filhos de Dota, o seu 'herdeiro número 08', que Deus o chamou recentemente para a eternidade. Creio que nem mesmo ele sabe quantos filhos deixou.

Ah - antes que eu me esqueça -, aquele filho fora do casamento, que parecia mais com o meu pai do que nós outros, também faleceu, há pouco mais de um mês, e deve estar ao seu lado e de Dota no Reino Eterno.  

Dói muito ficar sem aqueles que amamos, mas o sofrimento é menor se pensarmos que é um adeus temporário, que apenas partiram primeiro, principalmente se mantivermos sua memória viva.

Agradeço, portanto, a Deus por ser seu filho, papai, e peço a Ele que lhe conceda a paz eterna. Talvez esse adeus seja apenas um 'até já' e brevemente voltemos a nos encontrar. Mas, até lá vamos estar juntos apenas na minha saudade.

Fique com Deus, 'meu velho'!

Um comentário:

  1. A maio certeza que temos é a que um dia todos morreremos, más que a saudade permanecerá nos corações daqueles que convivemos e amamos. Descanse em paz seu Antônio Luiz 🙌🙏

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