Ministro Edson Fachin recusa convite do presidente Jair Bolsonaro para reunião com embaixadores sobre sistema eleitoral
Em ofício enviado ao cerimonial do Planalto, na última sexta-feira (15), Fachin agradeceu o convite, mas disse que não poderia participar, por conta do seu "dever de imparcialidade".

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CONSTANÇA REZENDE - BRASÍLIA,
DF (FOLHAPRESS) - O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral),
ministro Edson Fachin, recusou um convite feito pelo presidente Jair
Bolsonaro (PL) para participar de uma reunião com embaixadores
estrangeiros para falar sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Em
ofício enviado ao cerimonial do Planalto, na última sexta-feira (15),
Fachin agradeceu o convite, mas disse que não poderia participar, por
conta do seu "dever de imparcialidade".
"Na condição de quem preside o
tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou
candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o
impede de comparecer a eventos por eles organizados", justificou o
cerimonial do TSE.
O convite de Bolsonaro havia sido
feito na última quarta-feira (13), para uma reunião que irá acontecer
nesta segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, "com chefes de missão
diplomática".
Sua ideia era fazer um encontro com embaixadores
para rebater afirmações feitas por Fachin em uma reunião realizada no
fim de maio com diplomatas estrangeiros.
Em sua live semanal
nas redes sociais, no último dia 7, Bolsonaro disse que "desconfia" do
trabalho do TSE e que, na reunião com embaixadores, levaria "documentos"
relativos às eleições de 2014, 2018 e 2020.
O presidente acumula mentiras e acusações sem nenhum tipo de prova sobre as urnas eletrônicas.
O
mandatário já afirmou, por exemplo, que deveria ter vencido as eleições
de 2018 no primeiro turno e que o pleito foi fraudado, por isso teve de
disputar o segundo turno. Entretanto, não existe nenhum indício que
isso tenha ocorrido.
"Será um convite a todos
eles. O assunto será um PowerPoint, nada pessoal meu, para nós
mostrarmos tudo que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado,
bem como essas participações dos nossos ministros do TSE, que são do
Supremo, sobre o sistema eleitoral", disse, na ocasião.
Notícias ao Minuto
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