domingo, 5 de junho de 2022

Tragédia de Pernambuco

Após 128 mortos por tempestade, Estado de Pernambuco tem chuva no final de semana

Segundo medições do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), há aviso de chuvas intensas desde o litoral da Paraíba até o norte do Alagoas.


Após 128 mortos por tempestade, Pernambuco tem chuva no final de semana

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O fim de semana deve ser chuvoso em Pernambuco, estado que registrou ao menos 128 mortes até o momento após deslizamentos e outros impactos causados pelas tempestades que atingem a região desde semana passada.

Segundo medições do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), há aviso de chuvas intensas desde o litoral da Paraíba até o norte do Alagoas, o que abrange toda a costa pernambucana e parte considerável do interior do estado. O motivo seria uma nova frente fria que avança pelo oceano.

A previsão estima chuvas com variação entre 30 e 60 milímetros ou entre 50 e 100 milímetros diários, com ventos intensos que podem chegar até os 100 km/h. Também há riscos de queda de árvores, alagamentos e descargas elétricas, além de falhas no fornecimento de energia.

Além de Pernambuco, há expectativa de chuva forte no Recôncavo Baiano, no litoral de Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O Climatempo destaca que, em Pernambuco, a situação é mais sensível devido ao grande volume de chuva que já caiu no estado. Na última quinta-feira (2), por exemplo, choveu mais de 90 milímetros acumulados em 24 horas em cidades do Grande Recife.

"Isto representa aproximadamente 25% de toda a média chuva normal para junho, que é de 391mm", afirma o órgão.

Situação de emergência

No último balanço da Defesa Civil de Pernambuco, foram contabilizadas 128 mortes após as autoridades encontrarem a última desaparecida na comunidade do Areeiro, em Camaragibe. Ao todo, foram registrados 9.302 desalojados.

"Hoje encerramos as buscas por desaparecidos. Quero transmitir minha solidariedade aos familiares das 128 vítimas e informá-los que decretamos luto oficial de três dias, em sua memória", disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Entre os mortos estão 32 crianças.

Câmara também anunciou uma ajuda de R$ 1,5 mil para cada uma das 82 mil famílias que tiveram as casas destruídas no desastre.

Recife e outros 13 municípios da região metropolitana, como Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e outros, estão sob decreto de situação de emergência -o que possibilita ao estado solicitar recursos federais da Defesa Civil.

O órgão divulgou, nas redes sociais, um contato de emergência para a solicitação de ajuda em locais sob atenção.

Plano contra tragédia demorou 2 dias

O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), órgão federal ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, emitiu um boletim geo-hidrológico na última quarta-feira (25) em que alertou para o "risco alto" de chuvas intensas e de deslizamentos na região metropolitana do Recife.

Mesmo com o alerta, a prefeitura da capital pernambucana só acionou o plano de contingência na sexta-feira (27), quando a Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima) emitiu um outro comunicado informando a previsão de chuva intensa para o final de semana. Entre sexta e ontem, o estado contabilizava 79 pessoas mortas em consequência das chuvas e 3.957 desabrigados.

Procurada, a Prefeitura do Recife confirmou ter usado como referência os alertas da Apac.

Plano de contingência é um planejamento previsto em lei federal de 2012, determinando que os municípios tenham definidas ações de proteção e defesa civil. Elaborado a partir de uma hipótese de desastre, é nele que está a definição de procedimentos, ações e decisões em caso de eventos extremos, com preparação e resposta ao ocorrido.

Fenômeno atípico

As fortes chuvas que atingiram o Recife e cidades vizinhas foram provocadas por um sistema climático conhecido como Distúrbio Ondulatório de Leste. Ele tem como uma de suas principais características o deslocamento da massa de ar do oceano Atlântico para o continente.

Ele se movimenta em ondas. "A primeira onda vem trazendo chuvas de moderadas a fortes. O segundo movimento é caracterizado pela ausência ou reduzida precipitação. Na terceira onda, normalmente, podemos esperar chuvas ainda mais intensas", explicou o meteorologista Fabiano Prestelo, da Apac (Agência Pernambucana de Águas e Climas).

Notícias ao Minuto

Nenhum comentário:

Postar um comentário