terça-feira, 3 de maio de 2022

Vaiado, Ciro discute e agride homem na Agrishow

Ciro é hostilizado, agride apoiador de Bolsonaro em feira agrícola, manda outro homem "tomar no cu" e diz que o presidente "comeu" a mãe do bolsonarista

Um dos vídeos com vaias ao pedetista mostra que, após ser hostilizado, ele chega a agredir um homem.


Ciro é hostilizado e agride apoiador de Bolsonaro em feira agro

FOLHAPRESS) - O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, discutiu com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na última quinta-feira (28) numa feira agrícola em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Um dos vídeos com vaias ao pedetista mostra que, após ser hostilizado, ele chega a agredir um homem.

Em nota, Ciro disse que "foi insultado e sofreu tentativas de agressão física por militantes bolsonaristas" e afirmou que "reagiu à altura".

Ao caminhar pelas ruas da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), Ciro foi vaiado, discutiu com bolsonaristas e chamou o presidente de "nazista" e "ladrão da rachadinha".

Ao entrar num estande de uma fabricante de máquinas agrícolas, Ciro foi acompanhado por um homem que segurava um celular na posição horizontal na mão direita. Segundos depois, o pedetista tenta levar rapidamente a mão esquerda ao abdome do interlocutor e passa a ser vaiado pelos presentes no local.

No mesmo estande, Ciro discutiu com outra pessoa que filmava sua passagem, chamou o homem de "babaca" e mandou-o "tomar no cu". Em seguida, disse ao jornalista Lincoln Fernandes (PDT), vereador em Ribeirão Preto, que estava calmo.

"Nazista" e "ladrão da 'rachadinha'" foram outras afirmações feitas por Ciro. "O Bolsonaro é ladrão mesmo, ladrão da 'rachadinha'. Eu nunca roubei nada, nem tua mãe, ô vagabundo", disse o presidenciável a outro visitante da Agrishow.

Questionado em frente à assessoria de imprensa da feira se ele esperava essa recepção em Ribeirão Preto, Ciro disse que "um país que é governado por bandido, ladrão, tem que ter esse tipo de quadrilha [...] Estou aqui andando na Agrishow e você está vendo quem está insultando quem".

Em seguida, voltou-se a outro bolsonarista e afirmou que o presidente era o "ladrão da 'rachadinha' e comeu tua mãe".

Circulando por outro lugar da área de 520 mil metros quadrados que abriga a feira, Ciro foi xingado por outros apoiadores de Bolsonaro.

Depois, Ciro disse à imprensa que os eleitores precisam perceber que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro se escolheram para a disputa eleitoral e que isso é uma "simbiose macabra".

Afirmou ainda que a união de Lula com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) é "mais vergonhosa que útil para o país" e que a campanha vai mostrar que ele ganha de Bolsonaro.

"Boto 20 pontos nas costas dele. Se o Bolsonaro tiver o mínimo de coragem de comparecer num debate comigo, eu deixo ele só o pó. Só vai ficar o molhadinho no chão, porque o Bolsonaro é uma tragédia, além de corrupto."

A recepção na principal feira agrícola do país difere da que teve Bolsonaro em Ribeirão. O presidente participou de uma motociata e entrou no evento montado num cavalo. Foi saudado pelos visitantes nas ruas da Agrishow e deixou o local numa camionete, desfilando pela feira.

Até mesmo o ex-governador paulista João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro e que esteve na Agrishow na última terça-feira (26), teve recepção diferente. O tucano caminhou pelas ruas da feira sem ser incomodado pelos visitantes e fez mais de uma dezena de fotos com funcionários de estandes e produtores rurais.

Em nota divulgada em rede social, Ciro Gomes disse que "foi insultado e sofreu tentativas de agressão física por militantes bolsonaristas".

Na nota, afirma que "reagiu à altura e lamenta ter sido forçado a agir com veemência".

"Os agressores agiram com violência e com profundo preconceito contra nordestinos, atacando com forte conotação racista a sua origem cearense", disse.

Ele afirma ainda que "esse tipo de comportamento fascista deve ser enfrentado, ou as milícias bolsonaristas se sentirão no direito de atacar a todos, inclusive a quem não consiga se defender".

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