segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Perto do 'gigante da Paraíba', vereador de Juru parece anão

Em Assunção - PB, casa do paraibano Ninão, o homem mais alto do Brasil, vira  ponto de peregrinação de turistas e curiosos

Após uma reportagem de televisão alçar o jovem Joelisson Fernandes da Silva ao estrelato instantâneo, em 2007, desde então, a casa onde ele mora em Assunção, na região do Cariri paraibano, virou ponto de peregrinação de turistas e curiosos. Eles querem ver, fotografar e se comparar aos 2,37 metros do assunçãoense de 36 anos de idade, que fazem dele o homem mais alto do País. 

Ninão, como o 'gigante paraibano' é conhecido, vive com Even Karoline, su"pequena" esposa. O casal se conheceu pela internet e teve a união selada pelo 'Domingo Legal', programa do SBT, há sete anos atrás, com tudo dentro dos conformes, com direito inclusive a cerimônia religiosa. 

Veja vídeo:

Antes de casar, Ninão vivia com os pais e quatro irmãos em uma casa com pé direito de 4,0 metros. A residência, aliás, Ninão ganhou depois da fama, e foi encomendada pelo governo da Paraíba para acomodar o seu cidadão ilustre. A família, cujo segundo integrante mais alto tem 1,70 metro, vivia em um sítio na zona rural da cidade, que fica acerca de 233 km de João Pessoa, capital do estado.

Joelison com a esposa Even Karoline e a mãe Ivanilde  -  (Fotos: Reprodução Facebook)

Os fãs de Ninão não medem distância para vê-lo, assim como o fez o vereador do município de Juru - PB, Manoel Araújo (foto acima), há quatro anos atrás. "Estava me sentindo muito pequeno ao lado de Ninão", disse o parlamentar juruense. 

“Recebo gente de São Paulo, do Rio de Janeiro, de todos os lugares”, diz Ninão, que, inclusive, já teve de pedir ajuda para entender um americano que queria conhecê-lo.

A rotina é rápida. Ao chegar na cidade, que tem 4.067 habitantes (segundo dados do IBGE, em 2021), o forasteiro pergunta onde é a casa do h0mem mais alto do Brasil à primeira pessoa que encontra. Nunca ficará sem resposta. “Todos aqui já me conhecem”, diz ele, tranquilo. Ao ouvir o seu nome sendo chamado, sai à porta para atender a visita. Não costuma haver muita conversa, conta ele. Os curiosos se apresentam e pedem fotos ao lado de Ninão, que atende de bom grado.

São muitas visitas por mês, cerca de vinte, segundo seus cálculos. “Às vezes, chego a sair duas vezes num mesmo dia”, afirma.

O mesmo acontece quando alguém quer falar com Ninão por telefone. Mesmo morando na avenida central, ele atende os chamados em um orelhão na calçada.

Em Assunção, Ninão é conhecido como um jovem tímido, mas atencioso. Confessa que a vida virou pelo avesso depois de ficar conhecido, mas já vê uma curva descendente na fama. “Antes, as pessoas tiravam minhas medidas e me davam roupas, sapatos, muitos presentes. Hoje já não ganho mais nada”, analisa.

Sobre a demanda criada pelo fato de ser extraordinário, não faz reclamações ou elogios. “Já me acostumei”, afirma.

Com a fama, Ninão diz que ganhava muitos presentes, mas atualmente não ganha mais nada - Foto: Reprodução/Internet

Enfrentando inúmeros obstáculos por causa da estatura, inclusive dificuldades para se locomover, de acordo com o G1 PB, Ninão conseguiu garantir a cirurgia necessária para amputar a perna direita, devido a uma infecção, e a implantação de uma prótese para conseguir voltar a andar. Atualmente ele não consegue andar e nem ficar de pé por causa da infecção provocada pela osteomielite.

Pesando mais de 200 quilos, mesmo tendo se acostumado a fazer as atividades diárias com o suporte da cadeira de rodas, ele explicou que “a maior dificuldade agora é a locomoção por dentro da casa”, onde mora.

Ainda segundo o G1 PB, Ninão foi diagnosticado com osteomielite há cerca de quatro anos e meio, mas já sofre com os sintomas da doença há aproximadamente uma década. A infecção, que pode ser causada por bactérias ou fungos, atinge o osso, tendo como um dos principais sintomas a dor. Em uma campanha na internet, ele conseguiu arrecadar R$ 149.322,47 para as cirurgias.

“Eu não sabia o que era. Fui diagnosticando quando já tava muito avançado (o comprometimento da perna)”, revelou.

Quando recebeu pela primeira vez a recomendação de amputação do membro, depois de mais de três meses internado, ele resolveu voltar para casa, em uma cadeira de rodas. O objetivo era a busca de outras opiniões médicas.

Mas, para a decepção dele, a reposta para uma melhor qualidade de vida é sempre a mesma: amputar. Por isso, junto com a família, ele optou pela cirurgia.

“É uma decisão dura e dolorosa, mas pra eu ter uma vida normal, é mais fácil andar com prótese do que com o pé. A gente decidiu fazer a amputação com a esperança de uma vida melhor, de voltar a caminhar, andar, trabalhar, que era o que eu fazia antes. (…) Eu era muito feliz com isso”, desabafou.

Dificuldade de locomoção impediu Ninão de trabalhar

Ninão também precisa de medicamentos para conter a infecção. Os gastos mensais com remédios são de aproximadamente R$ 500, quase metade da renda da família.

Desde que se locomove em uma cadeira de rodas, ele não consegue trabalhar, e lamenta pelas oportunidades perdidas. Antes da infecção, ele costumava fazer comerciais e era convidado para participar de eventos pelo país inteiro.

Atualmente, o paraibano mora com a esposa. A renda do casal corresponde a um salário mínimo, da aposentadoria que ele recebe desde 2012, e de alguns trabalhos de decoração que a companheira dele faz. As doações dos amigos também têm auxiliado.

Ninão diz ter sofrido muito e que passou 21 anos morando no sítio porque tinha vergonha de ir na cidade. Lembra que parou de estudar porque o povo olhava

‘Passei 21 anos da minha vida escondido num sítio porque tinha vergonha de ir na cidade’

O paraibano, natural de Taperoá, descobriu o gigantismo aos 14 anos, quanto media 1,95 metro. Teve a opção de fazer uma cirurgia para parar o crescimento, mas não fez por medo dos riscos do procedimento. Parou de crescer há quatro anos com a ajuda de remédios.

Antes de se tornar uma celebridade, Ninão tinha vergonha de todos os olhares de admiração voltados para ele.

“Sofri, sofri muito. Passei 21 anos da minha vida num sítio porque tinha vergonha de vir na cidade. O povo olhava. Parei de estudar também devido a isso”, lembrou.

Depois que ficou nacionalmente conhecido, ele conseguiu retomar os estudos e concluir o ensino médio. “Fui me acostumando com as pessoas”, finalizou Ninão, um gigante no tamanho e no coração.


Blog JURU EM DESTAQUE com G1 PB

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