Justiça de São Paulo decreta prisão por tempo indeterminado de 'Gatinha da Cracolândia', suspeita de vender drogas na Cracolândia
Lorraine Cutier Bauer Romeiro, conhecida como "Gatinha da Cracolândia", segundo policiais, era arrendatária de uma barraca de drogas na qual pagava por semana à facção criminosa PCC

© Reprodução / Instagram
ALFREDO HENRIQUE
SÃO
PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A prisão preventiva, ou seja, por tempo
indeterminado de uma jovem de 19 anos suspeita de faturar R$ 500 mil por
mês vendendo drogas na cracolândia, região central da capital paulista,
foi decretada pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), conforme
nota encaminhada ao Agora no último sábado (24).
Lorraine
Cutier Bauer Romeiro, conhecida como "Gatinha da Cracolândia", segundo
policiais, era arrendatária de uma barraca de drogas na qual pagava por
semana à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) entre R$
3.000 e R$ 5.000, ainda segundo a investigação.
Antes
da decretação da prisão preventiva, ela já havia sido detida
temporariamente por 30 dias, quinta-feira (22), em Barueri (Grande SP),
em cumprimento a um mandado judicial.
A advogada Ana Paula
Muniz Soares afirmou à reportagem, por áudio, ter acompanhado a prisão
em flagrante da suspeita na quinta-feira, além de ter conversado com ela por
volta das 14h deste sábado (24).
"Fui contratada para o
flagrante. Naquele momento, eu não tinha a ciência de que ela era
investigada [pela 1ª Seccional]. Conversei com a Lorraine [na tarde
deste sábado] no 89º DP e ela tem o desejo que eu continue na defesa
dela, mas preciso [antes disso] resolver contratualmente isso com a
família dela. Por isso, não irei me manifestar", afirmou a advogada.
Policiais
civis do 77º DP (Santa Cecília) se infiltraram na cracolândia por cerca
de seis meses. Durante esse período, testemunharam e registraram,
inclusive em vídeos, a rotina de traficantes e dependentes químicos na
região.
Alguns dos vídeos mostram traficantes
calmamente passando pedras de crack para usuários enquanto contabilizam
volumosos maços de dinheiro. Os criminosos ficam sentados atrás de mesas
sobre as quais deixam, sem nenhum pudor, tijolos da droga – que segundo a
polícia podem pesar até cinco quilos cada.
Em
um dos registros policiais, muitas pessoas aparecem dentro das
barracas, a maioria jovens, em meio à venda de crack e o consumo da
droga.
"A investigação levantou que existem 30 pontos de venda
de drogas chamados de barracas, que são divididos em grupos de dez, em
três pontos chamados de 'vagões'", afirmou o delegado Roberto Monteiro,
titular da 1ª Delegacia Seccional do Centro.
Uma das barracas,
segundo a investigação policial, seria da Lorraine, que aparece de
máscara, boné e capuz diante de maços de dinheiro em imagens feitas por
policiais durante a investigação.
Na rede social Instagram,
onde ela se identifica como influencer e tem cerca de 36 mil seguidores,
Lorraine ostenta uma vida de luxo em barcos e locais paradisíacos.
Segundo a polícia, ela já havia sido presa no mês passado ao ser
flagrada com uma pequena quantidade de drogas. A jovem, porém, foi
liberada pela Justiça para responder ao caso em liberdade pelo fato de
ser mãe.
Com a prisão desta quinta ela perdeu o benefício,
quando já permanecia na cadeia, em cumprimento a um mandado de prisão de
30 dias. O tempo de reclusão desde agora é indeterminado, segundo a
nota enviada neste sábado pelo Tribunal de Justiça.
Na mesma região onde a jovem é
suspeita de atuar vendendo drogas, membros de uma facção criminosa
também mantém, segundo a polícia, serviços de hospedagem como se fossem
"áreas VIPS" para dependentes químicos com maior poder aquisitivo.
Notícias ao Minuto
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