Ministro de Minas e Energia pede que todos poupem água e energia e fala que período desafiador será superado
Nesta segunda, o ministério editou medida provisória que dá poderes a um comitê responsável pela gestão da crise energético, incluindo gerir a vazão dos reservatórios e realizar leilões para a contratação de energia emergencial
© Reuters
BRASÍLIA, DF, RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pediu nesta segunda-feira (28) que a população poupe energia e água para enfrentar a crise hídrica.
"Esse quadro provocou a natural preocupação de muitos brasileiros com a possibilidade de racionamento de energia, como aconteceu em 2001", afirmou o ministro.
Para enfrentar a crise atual, disse, o governo vem atuando desde 2020. Nesse sentido, o governo já autorizou o uso de todo o parque térmico disponível, independente do preço da energia, já anunciou a possibilidade de contratação de usinas hoje sem contrato e de importações.
No entanto, o ministro não informou claramente se o risco de apagão ou racionamento está totalmente afastado.
"É com serenidade, portanto, que tranquilizamos a todos. Estamos certos de que, juntos, superaremos esse período desafiador e transitório", discursou.
Nesta segunda, o ministério editou medida provisória que dá poderes a um comitê responsável pela gestão da crise energético, incluindo gerir a vazão dos reservatórios e realizar leilões para a contratação de energia emergencial.
A medida era defendida por especialistas, que veem necessidade de um comando com autonomia para propor e executar medidas. Segundo o ministro, o objetivo da MP é " fortalecer a governança do processo decisório neste momento de crise hídrica".
Além disso, Albuquerque citou que está elaborando, junto com representantes da indústria, um programa para incentivar que as empresas mudem o horário de consumo para períodos de menor demanda de energia. A medida seria voluntária e quer evitar que a produção e crescimento econômico sejam afetados.
"Essas medidas são essenciais, mas, para aumentar nossa segurança energética, é fundamental que, além dos setores do comércio, de serviços e da indústria, a sociedade brasileira, todo cidadão-consumidor, participe desse esforço, evitando desperdícios no consumo de energia elétrica, com isso, conseguiremos minimizar os impactos no dia a dia da população", disse Albuquerque.
O ministro reforçou que o sistema elétrico brasileiro evoluiu nos últimos anos.
"Reduzimos nossa dependência das usinas hidrelétricas de 85% para 61%, com a expansão das usinas de fontes limpas e renováveis, como eólica, solar e biomassa, além de termelétricas a gás natural e nucleares", afirmou.
"Hoje temos um setor elétrico robusto, que nos traz garantia do fornecimento de energia elétrica aos brasileiros", completou o ministro.
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