“No Nordeste imenso, quando o sol calcina a terra, não se vê uma folha verde na baixa ou na serra, juriti não suspira, inhambú seu canto encerra. Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra”. O trecho da música de Luiz Gonzaga, eternizado na voz de Marinês, parece estar sempre atual.

O sertanejo está acostumado a conviver com a seca. Mesmo com as chuvas abundantes que caíram no Estado nos últimos meses, a seca ainda faz parte da vida dos paraibanos. A última atualização do Monitor de Secas aponta que na Paraíba, a seca atinge 100% do território. Segundo os dados, publicados recentemente pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

De acordo com o estudo, coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio de diversas instituições estaduais, a área com seca moderada subiu de 58% para 62% entre fevereiro e março no leste, sendo que o restante do território apresentou seca fraca. Na atualização divulgada em fevereiro, a Paraíba já apresentava 100% do estado sofrendo com o fenômeno. E o sol vai queimando o brejo, o sertão, cariri e agreste, como diz a letra de “Aquarela Nordestina”.

Entre dezembro e janeiro, o Monitor identificou o aumento da área total com seca de 82,66% para 100% – maior percentual desde março de 2020, quando toda a Paraíba também passou pelo fenômeno.

No mesmo período, também houve uma elevação da área com seca moderada em janeiro, que subiu de 36,61% para 46,06% do território paraibano. Os impactos da seca permanecem de curto e longo prazo na porção central e de curto prazo no restante do estado.

Com isso, de acordo com o monitor, a Paraíba tem a maior severidade de seca desde março de 2020, quando 65,6% do território paraibano registrou seca moderada e o restante teve seca fraca. Os impactos do fenômeno permanecem de curto e longo prazo na porção central e de curto prazo no restante do estado.

Além disso, o Monitor de Secas informou que o avanço do problema se deu devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses.

Conforme os dados divulgados, 37,38% do território do estado apresenta seca grave, 62,28% apresenta seca moderada e 0,34% do território paraibano apresenta seca grave.

No Nordeste, devido às chuvas abaixo da média e ao aumento das temperaturas em janeiro, houve leve piora na condição de seca, marcada pelo aumento das áreas com seca fraca e/ou moderada.

Além da Paraíba, outros sete estados sofrem com a seca em 100% do território: Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Ceará e Bahia.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes de até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar na execução de políticas públicas de combate à seca.

Na Paraíba, o trabalho é feito conjuntamente com a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa-PB).

SL - PB Agora