No dia 21 de março de 1998, o então governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB) e o na época senador pelo mesmo partido, Ronaldo Cunha Lima protagonizaram um momento que causou a divisão política no estado. O caso ocorreu durante o aniversário de Ronaldo, realizado no salão de festas do Clube Campestre, em Campina Grande.

Na ocasião, Ronaldo Cunha Lima direcionou duras críticas a José Maranhão, que ocupava a chefia do Estado pela primeira vez e tentava a reeleição.

“Escuta aqui, governador, se o senhor não tem condições de tomar conta direito do meu Estado, saiba que eu vou tomar o Estado do senhor…”, afirmou durante o evento.

Veja o vídeo:

Com a declaração, o racha no partido estava feito. Ronaldo deixou o PMDB e foi para o PSDB, o que gerou embates entre os ex-correligionários. Entre eles, a discussão pela indicação do partido à disputa ao Governo do Estado.

Em 1998, Maranhão e Ronaldo disputaram a indicação do PMDB para as eleições. No entanto, o então governador e seu vice, Roberto Paulino conquistaram o apoio da maioria (232 votos contra 185) e o Cunha Lima, que tinha como vice o ex-deputado federal Armando Abílio, também do mesmo partido, deixou a legenda para seguir com o PSDB. Armando seguiu os passos do tucano em 2001.

José Maranhão foi reeleito governador da Paraíba pelo PMDB com 877,852 votos (80,72%). Nesta eleição ele foi, proporcionalmente, o mais votado do país.

A compaixão além da política

José Maranhão esteve presente no velório de Ronaldo Cunha Lima, seu ex-colega de partido e maior adversário político. O tucano faleceu no dia 7 de julho de 2012, vítima de câncer. Na ocasião, ele lamentou a perda e destacou que aquele não era momento para relembrar as divergências entre eles.

“Nessa hora as divergências políticas se diluem, porque agora a atitude humana e a solidariedade é que falam mais alto”, declarou na época.

Em 28 de maio de 2012, quase dois meses antes da morte de Ronaldo, Zé Maranhão revelou à imprensa que gostaria de ter visitado ele. “Faltou oportunidade de fazer, não por minha parte”, explicou na ocasião.

O emedebista ainda afirmou que o filho de Ronaldo, Cássio Cunha Lima (PSDB), teria dito que o encontro entres eles poderia causar “reações desagradáveis ou prejudiciais a saúde do poeta.”

Zé Maranhão e Fátima Bezerra: aliados e adversários dão o último adeus ao ex-governador Ronaldo Cunha Lima

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