segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Bolsonaro mantém sua avaliação no melhor nível

Avaliação do presidente Jair Bolsonaro se mantém no melhor nível desde início do mandato, revela pesquisa Datafolha

Jair Bolsonaro felizz - Avaliação de Bolsonaro se mantém no melhor nível, revela Datafolha

Em meio ao agravamento da pandemia do Coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mantém sua avaliação no melhor nível desde que começou o mandato.

É isso o que revela pesquisa nacional do Datafolha feita por telefone nos dias 08 e 10 de dezembro, na qual foram ouvidas 2.016 pessoas. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

A curva de aprovação do mandatário, para quem o país vive um “finalzinho de pandemia” apesar de os números dizerem o contrário, seguiu estável em relação ao levantamento anterior.

Acham o presidente ótimo ou bom 37% dos brasileiros, mesmo nível da rodada de 29 e 30 de agosto.

Aqueles que o veem como ruim ou péssimo oscilaram negativamente de 34% para 32%, os que avaliam como regular são 29% (eram 27%).

Bolsonaro segue sendo o presidente com pior avaliação, considerando aqueles eleitos pelas urnas para um primeiro mandato depois da redemocratização de 1985, com a exceção de Fernando Collor (PRN, 1990-92).

No mesmo momento do mandato, em fevereiro de 1992, o hoje senador tinha rejeição de 48% e aprovação de apenas 15% — acabaria renunciando me meio ao impeachment no fim do ano.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 45%), Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 47%) e Dilma Rousseff (PT, 62%) tinham aprovações superiores às de Bolsonaro a esta altura de suas primeiras gestões.

A evolução da popularidade de Bolsonaro conta a seguinte história: um 2019 com o país tripartido, mas que a partir de agosto viu a rejeição aumentar e se descolar do bloco aprovação/regular.

datafolha 1 - Avaliação de Bolsonaro se mantém no melhor nível, revela Datafolha

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O pior momento para o presidente foi junho deste ano, com o auge da crise institucional com outros Poderes e com os impactos da pandemia se consolidando. Bolsonaro batia em 44% de rejeição e 32% de aprovação, com 23% que o viam como regular.

A prisão do ex-assessor do clã presidencial Fabrício Queiroz, em 18 de junho, marcou a mudança de Bolsonaro na política, compondo com o centrão e deixado de lado a campanha golpista contra o Supremo e o Congresso.

Ao mesmo tempo, foi instaurado o auxílio emergencial e políticas para áreas em que sempre foi mais impopular, como o Nordeste.

Na pesquisa seguinte, a anterior à atual, o resultado já podia ser visto, ainda que os entrevistados que receberam a ajuda não fossem especialmente mais generosos em sua avaliação de Bolsonaro.

Em levantamentos feitos em capitais, especialmente São Paulo e Rio, a rejeição ao presidente durante a campanha eleitoral municipal havia subido sensivelmente.

Nesta pesquisa nacional, a diferença é clara: regiões metropolitanas registram uma rejeição de 40%, ante 26% em cidades do interior.

Na análise regional, foi cristalizada a penetração de Bolsonaro no Nordeste, tradicional fortaleza de esquerda no país e área fortemente influenciada por políticas assistencialistas.

Depois de cair de 52% para 35% de junho para agosto, agora o presidente marca 34% de ruim/péssimo entre nordestinos, repetindo o cenário de divisão em terços do eleitorado que o país apresentava em 2019.

O auxílio na pandemia, que foi de R$ 600 e agora está em R$ 300 mensais, acabará no fim deste ano e o governo estuda formas de manter alguma forma de complementação de renda para os mais carentes.

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Na outra ponta, o Centro-Oeste e o Norte se mantiveram como regiões mais bolsonaristas, com 47% de aprovação do titular do Planalto.

O Sul, que foi bastião do presidente na eleição, nivela com o país e lhe dá 39% de bom e ótimo, assim como o populoso Sudeste, com 36%.Também no Centro-Oeste/Norte está a maior quantidade de pessoas que confiam no que diz o presidente: 29%.

No país como o um todo, 37% não confiam, 39% o fazem às vezes e 21% acham que tudo o que Bolsonaro afirma é confiável.

Significativamente, é no crucial assunto pandemia, marcado por frases negacionistas, irônicas e até homofóbicas do presidente, que se vê a maior diferença na percepção de sua confiabilidade.

Entre aqueles que acham que a Covid-19 está piorando entre nós, 43% nunca confiam em Bolsonaro, ante 15% que sempre o fazem. Já para quem a pandemia está melhorando, 38% confiam e 20%, não creem no presidente.

datafolha 7 - Avaliação de Bolsonaro se mantém no melhor nível, revela Datafolha

Da mesma forma, aquelas pessoas que dizem que não mudaram sua rotina por causa da pandemia aprovam mais (54%) o presidente.

Os que dizem tomar cuidados dão 38% de ótimo e bom, ante 32% entre quem só sai de casa se for inevitável e 30%, entre os ainda isolados —grupo onde a rejeição ao presidente bate 47%.

Em outro sinal sobre o peso da pandemia, o tema saúde manteve o primeiro lugar como principal problema brasileiro neste ano.

Em pesquisa realizada em dezembro de 2019, 19% citavam a questão espontaneamente. Agora, são 27%.
Além das posições polêmicas, Bolsonaro passou o ano duelando com o governador paulista, João Doria (PSDB), acerca do manejo da crise —o atual capítulo é a “guerra da vacina”.

Outros problemas citados pelos brasileiros são o desemprego (13%), economia (8%) e corrupção (7%), todo estáveis.

No geral, homens (42%) e pessoas de 45 a 59 anos (42%) são as quem mais aprovam o presidente. A maior rejeição ocorre entre quem tem curso superior (48%) e entre os mas ricos.

Este último grupo, que compreende as pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos, registra 47% de rejeição a Bolsonaro.

Mas ele é bem avaliado, dentro da média nacional, com 39% de ótimo e bom. A diferença aqui é tirada da fatia que o acha regular. Entre os mais pobres, o presidente tem avaliação dentro da média geral.

O Datafolha perguntou ao entrevistados acerca de sua percepção das realizações do governo e quis saber de suas expectativas para 2021.

Para 17%, Bolsonaro fez mais do que o esperado, enquanto 21% acham que ele cumpriu o prometido. Já 55% creem que ele fez menos do que o previsto.

Fonte: Folha de S. Paulo

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