quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Governador afastado pela justiça deseja 'serenidade' ao vice

Wilson Witzel diz que respeita decisão do STJ de manter afastamento e deseja ‘serenidade’ ao vice no governo do Rio de Janeiro

1 wilson witzel 12799122 e1566937853998 - Witzel diz que respeita decisão do STJ de manter afastamento e deseja 'serenidade' a Cláudio Castro no governo do RJ

Wilson Witzel (PSC-RJ) se manifestou por redes sociais assim que o Superior Tribunal de Justiça votou pela manutenção de seu afastamento do governo do Rio de Janeiro, no início da noite desta quarta-feira (2).

Witzel desejou “serenidade” ao governador em exercício Cláudio Castro, voltou a dizer que não cometeu crimes e que entende a decisão dos ministros.

“Respeito a decisão do Superior Tribunal de Justiça. Compreendo a conduta dos magistrados diante da gravidade dos fatos apresentados. Mas, reafirmo que jamais cometi atos ilícitos. Não recebi qualquer valor desviado dos cofres públicos, o que foi comprovado na busca e apreensão. Continuarei trabalhando na minha defesa para demonstrar a verdade e tenho plena confiança em um julgamento justo. Desejo ao governador em exercício, Cláudio Castro, serenidade para conduzir os trabalhos que iniciamos juntos e que possibilitaram devolver ao povo fluminense a segurança nas ruas e, com isso, a esperança em um futuro melhor”, disse Witzel.

A votação

Corte Especial do STJ decidiu, por 12 votos a 2, manter a decisão do relator, ministro Benedito Gonçalves, que afastou Witzel do cargo, temporariamente por seis meses.

A Corte Especial é formada pelos 15 ministros mais antigos do STJ, e, segundo técnicos do tribunal, são necessários 10 dos 15 votos (quórum qualificado de dois terços) para que Witzel seja mantido afastado. O presidente do STJ só vota em caso de empate.

Operação Tris In Idem

A decisão que levou ao afastamento do governador faz parte da Operação Tris In Idem, que investiga irregularidades e desvios em recursos da Saúde do Rio de Janeiro.

A Procuradoria-Geral da República chegou a pedir a prisão do governador, mas o pedido foi negado pelo STJ. O tribunal entendeu que o afastamento é suficiente para evitar as supostas ações criminosas.

Além do afastamento do governador, o STJ expediu 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 83 de busca e apreensão. A Procuradoria Geral da República denunciou nove pessoas.

O ministro Benedito Gonçalves também determinou buscas contra a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que tem contratos com empresas envolvidas no esquema de desvio de recursos.

A defesa de Witzel criticou a decisão de afastamento ter sido dada por um só ministro, e não por um colegiado, e pediu a suspensão do julgamento ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, negou o pedido pouco antes do julgamento, afirmando que não cabe ao Supremo decidir sobre a pauta de julgamentos do STJ.

O nome da operação (Tris In Idem) é uma referência ao fato de se tratar do terceiro governador do estado acusado de se utilizar de esquemas ilícitos semelhantes para obter vantagens indevidas – os outros dois foram Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.

UOL - Publicado por: Larissa Freitas

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