OPERAÇÃO CALVÁRIO: Gaeco denuncia Márcia Lucena, Ricardo Coutinho e mais quatro pessoas
O
Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou, nesta quinta-feira
(23), a prefeita de Conde, Márcia Lucena, o ex-governador Ricardo
Coutinho, a ex-secretária Livânia Farias (Administração), o empresário
Daniel Gomes, operador da Cruz Vermelha, além de José do Nascimento Lira
Neto e do ex-assessor da Secretaria de Administração do Estado, Leandro
Nunes Azevedo.
Na denúncia, a
prefeita de Conde é acusada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o
Crime Organizado (Gaeco) de ter recebido dinheiro da Cruz Vermelha
Brasileira filial Rio Grande do Sul (CVB), em 2016, a título de suposta
antecipação de propina. Trata-se da segunda denúncia contra Márcia
Lucena desde 2017 e diz respeito ao suposto recebimento de R$ 100 mil
repassados pelo dirigente da Cruz Vermelha Brasileira, Daniel Gomes da
Silva.
Segundo as investigações, ele
teria feito o pagamento mediante o compromisso da então candidata de que
reproduziria no Conde o modelo adotado no Hospital de Emergência e
Trauma, em João Pessoa, de gestão da saúde através de organizações
sociais, no caso, da Cruz Vermelha. Um indício do acordo é que a Câmara
Municipal do Conde chegou a aprovar, em 2017, um projeto que permitia a
contratação de organizações sociais pela prefeitura. Esse seria, segundo
as investigações, o primeiro passo para a entrada da Cruz Vermelha na
gestão.
“Após a aprovação do Projeto
de Lei e a reunião com RICARDO COUTINHO conforme demonstrado acima,
DANIEL GOMES DA SILVA é chamado por LIVÂNIA FARIAS para participar de
uma reunião e, neste momento, é informado para incluir no custo mensal
da terceirização da saúde do município do Conde/PB o valor de R$
40.000,00 que seriam destinados a MÁRCIA LUCENA”, diz trecho da
denúncia.
A operação não teria sido
concluída por causa da oposição do então vice-prefeito, Temístocles
Ribeiro, que acabou renunciando ao cargo. “Como se verá o contrato não
foi implementado, em razão de fatos alheios à vontade dos denunciados,
visto que a renúncia do vice-prefeito TEMISTOCLES, gerou receio no corpo
diretivo da empresa criminosa, que para minorar suas perdas e compensar
a não implantação, passou a negociar com a LIFESA, uma das empresas da
joint venture criminosa”, diz a denúncia.
Segundo
o Ministério Público, diante resistência de Márcia Lucena de cumprir o
suposto acordo com a Cruz Vermelha, Daniel Gomes teria se queixado ao
ex-governador Ricardo Coutinho. “Ciente desta situação narrada por
DANIEL na reunião, RICARDO VIEIRA COUTINHO determinou que MÁRCIA LUCENA
passasse a adquirir itens de farmácia/medicamentos diretamente do LIFESA
– LABORATORIO INDUSTRIAL FARMACÊUTICO DO ESTADO DA PARAÍBA -, com o
fito de amenizar o prejuízo e descontentamento de DANIEL GOMES DA
SILVA”, diz outro trecho da denúncia.
Na
nova denúncia, o Ministério Público pede, na ação, que a Justiça se
pronuncie sobre o afastamento da prefeita do cargo, caso aceite a
denúncia. Pede ainda a perda do cargo ou função pública dos acusados,
incluindo emprego ou mandato eletivo, além da devolução mínima de
R$363.952,00, do conserto de um veículo e da aquisição de uma Amarok.
Mais informações em instantes.
Polêmica Paraíba - Publicado por: Felipe Nunes
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