quinta-feira, 25 de junho de 2020

Cidades nordestinas vazias em pleno Dia de São João

PANDEMIA APAGA TRADICIONAL FESTA CRISTÃ DE SÃO JOÃO BATISTA, O PRECURSOR, E ESVAZIA CIDADES DO NORDESTE

O Nascimento de João Batista (ou Dia de São João ou Nascimento do Precursor) é uma festa cristã celebrando o nascimento de João Batista, um profeta que previu o advento do Messias na pessoa de Jesus Cristo e o batizou. Popular no Brasil, esta festa é amplamente comemorada no mundo cristão no dia 24 de junho. Foi trazida pelos portugueses durante a colonização e, inicialmente, possuía uma conotação estritamente religiosa.
Estas festividades são as comemorações, como o próprio nome já diz, realizadas durante o mês de junho em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro - os santos mais populares do Brasil -, celebradas em 13, 24 e 29 de junho, respectivamente. Elas são mais velhas que Jesus Cristo e estão ligadas ao solstício de verão, que ocorre no hemisfério Norte durante o mês de junho. Sua origem foram as festas pagãs, com fogueiras e queimas de fogos para afugentar os maus espíritos.
A Igreja Católica, cujo Deus não era homenageado, considerava essas festas como meros rituais pagãos. Mas, como não conseguiu acabar com elas, resolveu adaptá-las ao universo cristão. 
Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde", que se tornou a famosa árvore de natal, a fogueira a volta do 24 de junho tornou-se, pouco a pouco, na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia.
A noite de 23 de junho, Véspera de São João, é a celebração que ocorre antes do dia de Nascimento de João Batista. O Evangelho de Lucas (Lucas 1:36, 56-57) afirma que João nasceu cerca de seis meses antes de Jesus; portanto, a festa de São João Batista foi fixada em 24 de junho, seis meses antes da Véspera de Natal.
São João: veja o que abre e o que fecha na quarta-feira (24)
Fogueira de São João - Foto: Reprodução/TV Jornal 
São João é celebrado com fogueiras em quase todo o mundo cristão. E foi aí que nasceu a festa junina. A característica fogueira tem seu fundamento na história do nascimento de João Batista. Era um sinal de Santa Isabel, mãe de São João, para Maria, mãe de Jesus.
Para os católicos, o costume de acender fogueiras se deve ao fato de Maria, mãe de Jesus, numa tarde ter ido fazer uma visita à sua prima Isabel, que estava grávida, e aproveitou para contar-lhe que, em breve, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista. 
Isabel teria mandado acender uma fogueira no topo de um monte para avisar sua prima Maria que seu filho havia nascido. Então, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas.
Fogueiras, bandeirolas, quadrilha, fogos de artifício e bandeiras dos santos são alguns dos principais símbolos de uma festa junina, conhecida popularmente por seu caráter alegre, com brincadeiras, comidas típicas, simpatias, etc. A quadrilha, também chamada de quadrilha junina, quadrilha caipira ou quadrilha matuta, é um estilo de dança folclórica coletiva muito popular no Brasil. 
simpatias e oração de São João
Além de ser uma das mais tradicionais festividades brasileiras, a festa junina é uma manifestação cultural relativa aos percursos históricos e sociais de diversas regiões do país. Quando introduzida no Brasil, a festa era conhecida como festa joanina, em referência a São João, o santo protetor das colheitas, mas, ao longo dos anos, teve o nome alterado para festa junina, em referência ao mês no qual ocorre, junho.
O acontecimento é um evento cultural por excelência, pois carrega influências de povos variados, destaca o folclore e os costumes da zona rural do nosso país e traz comidas e trajes típicos. Além disso, são realizadas muitas brincadeiras, algo muito pertinente na realidade da Educação Infantil. Ao possibilitar a integração entre os alunos, essa festividade estimula competências importantes para a sociabilização, como a cooperação, a paciência e o respeito.
As maiores festas juninas do país acontecem no Nordeste, região que se tornou famosa devido a esses eventos de suma importantes para o comércio e o turismo local. Elas transformam as cidades da região e o espírito dos moradores que sentem uma atração e afinidade pela festa. As pessoas enfeitam as casas com bandeirinhas coloridas e acendem fogueiras nas praças. 
Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São João Batista e também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras.
Moleka 100 Vergonha vence Concurso de Quadrilhas Juninas de Campina Grande em 2019 — Foto: Emanuel Tadeu/Medow
Moleka 100 Vergonha vence Concurso de Quadrilhas Juninas de Campina Grande em 2019 — Foto: Emanuel Tadeu/Medow 
Autodenominada como a “Maior Festa de São João do Mundo”, o São João de Campina Grande, na região agreste da Paraíba, e o da cidade de Caruaru, em Pernambuco, são as duas maiores festas juninas do Brasil, cada uma delas durando 30 dias.
Como o país está vivendo em meio à pandemia do novo coronavírus — e o isolamento social é o melhor remédio possível —, infelizmente este ano não teremos festas juninas e quermesses como estamos acostumados.
Fica apenas a saudade, na esperança de podermos comemorar em dose dupla no ano que vem!
Segmentos amargam adiamento do São João 2020 de Campina Grande — Foto: Emanuel Tadeu/Arquivo pessoal
Maior São João do Mundo: Segmentos amargam adiamento do São João 2020 de Campina Grande — Foto: Emanuel Tadeu/Arquivo pessoal

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