Paraíba tem mais de 64 mil residências em favelas, revela levantamento do IBGE
No
Nordeste, a Paraíba é a unidade da federação com o 2º menor percentual
de domicílios ocupados em aglomerados subnormais, 5,07%, o que
representa cerca de 64,2 mil de residências. O levantamento estima que
há aproximadamente 184 aglomerados em todo o estado. Na Região, o
percentual foi maior apenas do que o observado no Rio Grande do Norte,
de 3,97%.
O
levantamento faz parte da Classificação Preliminar e Informações de
Saúde, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), nesta terça-feira (19), que cruzou informações com o Ministério
da Saúde.
Conhecidos em muitos casos
como comunidade, palafita, favela, invasão, grota, baixada ou vila, os
aglomerados subnormais são formas de ocupação irregular de terrenos de
propriedade alheia, públicos ou privados, para fins de habitação em
áreas urbanas.
Segundo o IBGE, em geral, esses locais são
caracterizados por um padrão urbanístico irregular, carência de serviços
públicos essenciais e localização em áreas que apresentam restrições à
ocupação.
O mapeamento, assim como os dados, sobre o número de
domicílios nessas áreas e, a distância até as unidades de saúde mais
próximas, foram antecipados para auxiliar no enfrentamento à Covid-19.
Para
elaborar o levantamento, as informações foram cruzadas com o Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde, e estão
disponíveis para consulta em mapas interativos, disponibilizados no
hotsite, elaborado pelo IBGE, com dados de apoio ao enfrentamento à
pandemia causada pelo coronavírus.
“Antecipamos a divulgação
desses dados para mostrar qual é a situação dos aglomerados subnormais
em municípios e estados, já que nessas localidades a população tem maior
suscetibilidade ao contágio pela doença provocada pelo novo
coronavírus, devido à grande densidade habitacional”, disse o gerente de
Regionalização e Classificação Territorial do IBGE, Maikon Novaes.
Grande João Pessoa concentra maiores favelas do estado
João Pessoa tem o maior número de domicílios localizados nessas
regiões, aproximadamente 33,9 mil. No entanto, como a cidade tem uma
população maior e, consequentemente, um total de domicílios também mais
alto (271,9 mil), a taxa foi bem menor, com 12,5% das residências
localizadas em aglomerados subnormais. Entre as capitais, essa foi a
menor proporção do Nordeste.
O maior aglomerado subnormal da
Paraíba está localizado em João Pessoa, conforme a estimativa do IBGE,
que também calculou a distância entre esses pontos e as unidades de
saúde mais próximas, com o objetivo de contribuir para o enfrentamento à
Covid-19. Formada por cerca de 2.602 domicílios, a área leva os nomes
de Mandacaru, Porto de João Tota e Beira Molhada.
Em linha reta,
esse aglomerado está a uma distância de 2,02 km do estabelecimento de
saúde com suporte de observação e internação mais próximo e a cerca de
327 metros do local de atenção primária mais próxima.
Com 2.052
lares estimados, o segundo maior, São José, também está na capital
paraibana, a 1,01 km de distância da unidade com suporte de observação e
internação mais próxima e a 257,3 m do estabelecimento de saúde de
atenção primária.
O município de Bayeux, na Região Metropolitana
de João Pessoa (RMJP), tem a maior proporção de domicílios ocupados
situados em aglomerados subnormais na Paraíba, em relação ao total,
cerca de 33,1%. Essa taxa também é a 4ª maior do país, entre os
municípios que têm de 50 mil a 100 mil habitantes. Na Paraíba como um
todo esse percentual é de 5,07%.
Segundo a estimativa de 2019 –
feita como preparação para o Censo Demográfico 2020, adiado para 2021 em
virtude da pandemia – os 33,1% de domicílios ocupados em Bayeux,
situados nessas áreas, representam aproximadamente 9,3 mil de um total
de 28 mil. As populações desses locais vivem, muitas vezes, sob
condições socioeconômicas, de saneamento e de moradias precárias.
A
segunda proporção mais alta do estado, de 25,3%, foi identificada nos
municípios de Cabedelo, com 5,7 mil residências em aglomerados
subnormais, de um total de 22,8 mil, e em Conde, com 2,3 mil domicílios
de 9,1 mil.
Campina Grande
Já o aglomerado
Pedregal, em Campina Grande, conta com 2.039 residências e é o terceiro
maior da Paraíba, situado a aproximadamente 817 metros do local com
suporte para observação e internação e a 237 metros daquele de atenção
primária.
Atendimento de saúde
O coordenador
de Geografia e Meio Ambiente do IBGE, Cláudio Stenner, observa, contudo,
que a pesquisa não investigou se as unidades de saúde próximas de
aglomerados possuem estrutura para atendimentos relacionados à Covid-19.
“A
grande maioria dos aglomerados subnormais está próxima de unidades de
saúde. Ou seja, o problema não é distância das unidades de saúde, mas,
talvez, a falta de estrutura nessas unidades. Não sabemos detalhes
dessas estruturas”, comentou.
Fonte: Portal Correio
Nenhum comentário:
Postar um comentário