Presidente Jair Bolsonaro fala em ‘pura democracia’ em nova manifestação com aglomeração
O
presidente Jair Bolsonaro e ministros desceram a rampa do Palácio do
Planalto, neste domingo, para encontrar apoiadores que se reuniram em
uma manifestação a favor do governo, provocando uma grande aglomeração
apesar das recomendações de autoridades sanitárias pelo distanciamento
social para conter o avanço do coronavírus no país.
Ao
contrário de outras ocasiões, em que cumprimentou diversas pessoas em
atos semelhantes, dessa vez o presidente usava máscara de proteção e se
manteve a uma certa distância dos manifestantes, separado por grades,
mas pegou no colo ao menos três crianças para posar para fotos.
Bolsonaro
vai na contramão do que recomendam especialistas ao defender o fim do
isolamento social para conter a Covid-19, alegando que os impactos
econômicos são piores do que os efeitos da própria doença, que já chamou
de “gripezinha”. O Brasil encerrou a semana passada como um dos cinco
países do mundo com mais casos registrados da doença respiratória
provocada pelo novo coronavírus, com mais de 233 mil registros e quase
15 mil mortos.
“Manifestação pura de uma democracia. Fico muito
honrado com isso. O governo federal tem dado todo o apoio para atender
as pessoas que contraíram o vírus e esperamos brevemente ficar livre
dessa questão para o bem de todos nós”, disse o presidente em
transmissão ao vivo em suas redes sociais durante o ato.
O ato de apoio ocorreu dois dias após o pedido de demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde com menos de um mês no cargo. Bolsonaro ainda não anunciou o próximo ministro, que será o terceiro em pouco mais de um mês. Luiz Henrique Mandetta foi demitido em abril por discordar do presidente em relação ao isolamento social.
Ao
contrário de outras ocasiões, em que cumprimentou diversas pessoas em
atos semelhantes, dessa vez o presidente usava máscara de proteção e se
manteve a uma certa distância dos manifestantes, separado por grades,
mas pegou no colo ao menos três crianças para posar para fotos.
Uma faixa erguida por
apoiadores do presidente no ato em frente ao Planalto pedia
“Hidroxicloroquina já”. O medicamento, sem comprovação científica de
eficácia contra a Covid-19, é amplamente defendido por Bolsonaro para
tratar a doença, o que o colocou em rota de colisão de Teich.
Bolsonaro
exaltou durante a manifestação o fato de o ato não conter “nenhuma
faixa agressiva a quem quer que seja”. Protestos anteriores de apoio ao
presidente foram marcados por faixas defendendo o fechamento do
Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendendo o retorno do
AI5 — o ato mais duro editada pela ditadura militar.
“Movimento
espontâneo, nenhuma faixa que atente contra as instituições ou contra o
Estado Democrático de Direito”, afirmou o presidente na transmissão ao
vivo em suas redes sociais.
Havia, no entanto, manifestantes portando faixas contra o STF durante o ato, que percorreu a Esplanada dos Ministérios.
Bolsonaro
estava acompanhado no Planalto de diversos ministros, incluindo Augusto
Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), André Mendonça (Justiça e
Segurança Pública) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), além de
parlamentares que o apoiam, como o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Um dos aliados do presidente segurava um mastro com as bandeira do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel no alto da rampa.
Fonte: Terra - Publicado por: Gerlane Neto
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